terça-feira, 29 de abril de 2014

Mamadeiras, chupetas e badulaques


A sucção é um reflexo, presente na vida do bebê desde sua vida intrauterina e é uma etapa que precede a mastigação.
A chupeta é um objeto transicional que permite ao bebê realizar esse movimento quando não está sendo amamentado e suprir sua necessidade psicoemocional, que muitas vezes não é plenamente satisfeita enquanto amamentado.
 Mas, há que se tomar muito cuidado com o tempo em que o bebê passa com a chupeta, pois seu uso excessivo pode causar problemas anatômicos, ortodônticos, respiratórios e no desenvolvimento da linguagem. A criança ainda fica apática, passiva e não participa das atividades. Quando o bebê adormece, procure tirá-la.

Quando o bebê demonstra o hábito de sugar o dedo recomenda-se tentar trocar pela chupeta, pois com dedos “sempre a postos”, será muito mais difícil conseguir que a criança deixe esse comportamento de lado.
Por volta dos dois anos de idade essa necessidade não existe mais. A criança que permanece com a chupeta após essa fase não está mais suprindo uma necessidade de sucção e sim mantendo um subterfúgio para continuar com o comportamento que na verdade é prazeroso. 
Todos sabem da importância do aleitamento materno, mas por motivos diversos alguns bebês necessitam fazer uso da mamadeira antes disso.
O uso da mamadeira pode deixar a musculatura facial flácida, pois o bebê não necessita de muito esforço para sugar. Pode ainda ter mais gases pois a criança “engole” mais ar. Por isso, seu uso também deve ser descontinuado o quanto antes fazendo a transição para um copinho. 
A maior dificuldade em abandonar o uso da chupeta e da mamadeira é que geralmente elas vêm relacionadas com algum badulaque (os famosos objetos transicionais): bichinhos, paninhos, travesseiros, etc. Eles são os “pais” quando ausentes e por isso tão importantes ao ponto de não se separarem nem para que o objeto seja lavado, pois tem seu cheiro e é único e especial. 
E agora vem a notícia difícil. Sim papai e mamãe o processo de retirada desses objetos tem de iniciar por uma ação de vocês. Quanto mais tarde isso ocorrer, maior será a dependência física e emocional da criança em relação a esses objetos. 
Não espere que seu filho chegue um dia e lhes diga: “Mamãe, papai, preciso parar de chupar chupeta, ou não quero mais mamadeira”. Certamente essa atitude terá de partir do adulto, concordam? Então, como fazer?
Podemos negociar a troca deles por algo que a criança queira muito: um brinquedo, um passeio, programa diferente, ou ainda melhor: um momento de carinho da mamãe ou papai, um cafuné... 
Épocas como a Páscoa e Natal também são boas para fazer essa tentativa, fazendo a troca com o coelhinho da Páscoa ou o Papai Noel. Mas Atenção! Se seu filho tem medo desses personagens não o force a isso, pois só irá piorar o processo.
Ao procederem com a retirada, não esmoreçam. Não se deixem cair em tentação para devolvê-los ao primeiro pedido de seu filho. A troca deve ser definitiva. Livre-se das chupetas e das mamadeiras. Não deixe aquela guardadinha no armário. A tentação será grande em pegá-la na primeira recaída.
Talvez tenham uma ou duas semanas difíceis, mal dormidas, mas só assim será possível extinguir o uso desses apetrechos.
Lembrem-se: apatia, acomodação, indiferença e conivência não são os caminhos certos para fazer nossos filhos felizes e saudáveis.
Karen Kaufmann Sacchetto

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Engatinhar: uma etapa importante do desenvolvimento


Começar a engatinhar tarde (ou nunca engatinhar) é comum entre os bebês de hoje. Esse fenômeno está sendo atribuído à posição de dormir recomendada para reduzir o risco de 
Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI) – o bebê deitado de barriga para cima.

Felizmente a população tem respeitado essa recomendação, mas muitos pais nunca colocam os bebês de barriga para baixo, mesmo durante as horas de vigília. Como resultado, a criança, que geralmente começava a engatinhar aos 7-8 meses de idade, passa a engatinhar mais tarde ou anda direto, sem se rastejar pelo chão. 
Engatinhar é uma etapa importante do desenvolvimento infantil. Você já se deu conta de que é engatinhando que o bebê começa a descobrir o mundo sozinho? É sua primeira forma de locomoção! Também estimula o crescimento e refina uma série de outras habilidades!
Bebê deitado de barriga para baixo com a cabeça levantada (tummy time) - Foto: arek_malang/Shutterstock.com
Como você pode incentivar seu filhote a engatinhar? Muito antes do seu bebê engatinhar, você deve colocá-lo de bruços por alguns minutos, todos os dias, apenas quando ele estiver acordado. Passar tempo de bruços oferece oportunidades para o desenvolvimento de grupos musculares importantes, necessários para algumas habilidades motoras. De barriga pra baixo o bebê levanta a cabeça, o que reforça os músculos do pescoço e das costas. Músculos fortes permitem seu bebê rolar, sentar e engatinhar. Essa posição é conhecida mundialmente como Tummy Time , e também dá ao pequeno uma visão diferente do mundo! 
A Academia Americana de Pediatria recomenda formalmente que os pais permitam que os bebês brinquem nessa posição para promover o crescimento e desenvolvimento, além de prevenir a formação de áreas planas na cabeça, o que às vezes acontece quando os bebês passam muito tempo deitados de costas. Mas lembre-se, um bebê engatinhando pode fazer um monte de travessuras. Por isso, certifique-se de que sua casa é segura, com uma ênfase especial nas escadas e tomadas.
Um lembrete importante: uma vez que seu bebê estiver na posição de bruços, você NUNCA deve deixá-lo sem supervisão! Nunca deixe seu bebê sozinho na posição de Tummy Time! Além disso, NUNCA coloque seu bebê para dormir de bruços, porque isso aumenta bastante o risco de SMSI.
Maria Cecília Schettino

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Cólicas em Bebês - parte 3


Bebê recém-nascido no colo da mãe - Foto: Kati Molin/Shutterstock.com
Já consegui convencer vocês que nosso bebê nasce antes do que devia (prematuro), que precisaria de pelo menos mais 9 meses de gestação para nascer "mais pronto", que demora a se desenvolver e precisa da presença mais constante de seus pais e familiares para que esse processo ocorra da forma mais satisfatória e completa possível?
Mesmo que vocês não tenham toda essa certeza, vamos a mais fatos para que se comece a compreender um novo conceito sobre cólicas?

Respiração

Na respiração, em processo normalmente automático, o aparelho respiratório primeiro inspira ar (rico em oxigênio) do exterior e o encaminha por vários dutos sequenciais para os pulmões, onde o oxigênio é transferido para o sangue e onde o sangue transfere o gás carbônico para os pulmões; logo em seguida expira para o exterior o ar com o gás carbônico, e o ciclo recomeça. O aparelho circulatório, através do sangue, leva o oxigênio a todas as células do corpo, delas retira o gás carbônico e o leva aos pulmões para ser expirado.
Dentro do útero, a respiração (troca de gás carbônico por oxigênio) é feita toda pelo cordão umbilical (2 artérias e 1 veia umbilicais) e pela placenta. Dentro do útero os pulmões do nosso bebê estão imersos em água (líquido amniótico) e não podem “respirar” (inspirar e/ou expirar).
Aí o bebê vai nascer. Assim que ele sai ou é retirado do útero materno (parto via vaginal – normal ou fórceps - ou via abdominal – cesariana) o bebê ainda está ligado à sua mãe através do cordão umbilical. Nossa recomendação é aguardar para clampear (cortar) o cordão até que ele pare de pulsar (clampeamento tardio de cordão), que deve durar no máximo 2 a 3 minutos após o parto.
Enquanto pulsa, o cordão ainda está levando oxigênio para o bebê e aguardando que ele assuma sua própria respiração através dos pulmões que não “trabalhavam” no útero. Assim que o cordão umbilical for cortado, o nosso bebê terá que respirar por conta própria, em um processo totalmente novo.

Alimentação

Enquanto dentro do útero, todos os nutrientes que o bebê necessita para crescer de forma adequada e se preparar para o nascimento são enviados constantemente para ele... adivinhem!!! Isso mesmo. Olha ele aí de novo: o cordão umbilical.
Dentro do útero, nesse momento, o sistema digestório está inativo e é estéril, sem nenhuma bactéria sem flora intestinal e ele não evacua dentro do útero. Se isso acontecer é um sinal de alerta.
Assim como a respiração é constante, a oferta de alimentos para o bebê é contínua, ou seja, sem que ele peça para comer. Isso é quase... uma livre-demanda, sem a demanda, não é mesmo?
Essa chegada constante do alimento ao bebê é fundamental para seu crescimento, para que ele não tenha hipoglicemia (falta de açúcar no sangue) e não corra risco de morte. 
Assim, mais uma vez, nossa recomendação é aguardar para clampear (cortar) o cordão só quando ele parar de pulsar (clampeamento tardio de cordão), que costuma acontecer no máximo 2 a 3 minutos após o parto.
Enquanto pulsa, o cordão ainda está levando nutrientes para o bebê e aguardando que ele assuma sua própria alimentação através do sistema digestório que não “trabalhava” no útero. Assim que o cordão umbilical for cortado, o nosso bebê terá que se alimentar por conta própria, em um processo totalmente novo.

Movimentação

Enquanto dentro do útero, o bebê “passeia” com sua mamãe e vai com ela onde quer que ela vá. O bebê está sempre acompanhado e acompanhando sua mãe. Em momento algum, esse bebê fica sozinho.
Ele é acompanhado pelo som do coração, da respiração, do intestino e da voz de sua mãe e de seu pai, além do som do... de novo??? Pois é, tá ficando monótono: o cordão umbilical.
E o bebê responde aos movimentos de sua mãe com a sua própria movimentação. A falta de movimentos fetais pode ser mais um sinal de alerta em relação a riscos desse bebê.
Assim como a movimentação é constante, os sons são constantes, mesmo quando cessa a movimentação e a mamãe está deitada dormindo, o embalar esse bebê faz parte de sua rotina dia e noite. Isso é quase... um colo lá dentro, não é mesmo?
Assim, mais uma vez, nossa recomendação é aguardar para clampear (cortar) o cordão até que ele pare de pulsar (clampeamento tardio de cordão), que deve durar no máximo 2 a 3 minutos após o parto.
Enquanto pulsa, o cordão ainda está garantindo para o bebê um pouco mais de “colo” antes de o bebê perde seus limites físicos (o útero da mamãe) e ter que enfrentar esse mundo sem limites.

A prematuridade

O bebê nasce e tem que aprender, de repente, a respirar, se alimentar e viver sem sua mãe sempre por perto, mesmo sem estar preparado para isso, indefeso.
Emocionalmente, fisicamente, psicologicamente, funcionalmente o bebê-humano é, entre os animais o que nasce mais despreparado e, mesmo assim, é o único que é afastado da mãe logo que nasce e o que encontra mais resistência social para que seja amamentado, carregado e pego no colo, receba o calor que precisa para que suas “funções funcionem”.
E essas transformações levam tempo. Aprender a mamar, a pega adequada, a forma de alimentação complementar, a digestão adequada a cada uma dessas fases. Aprender a respirar adequadamente. Aprender a viver de forma mais independente pode levar mais tempo, meses até.
Acho legal uma ideia que li:
Nascimento não é apenas o início da vida da pessoa, mas implica também o fim da gestação. O nascimento representa alterações funcionais complexas e muito importantes que servem para preparar o recém-nascido para a passagem sobre a ponte entre a gestação no útero e gestação que continuará fora do útero.” (Montagu, 1986).
E é com esse novo conceito de “gestação fora do útero” que acabo essa nossa conversa dessa semana. E acompanhando aqui, aos poucos, vou tentar fazer o elo entre essas “novidades” e as cólicas do bebê.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Cólicas em Bebês - parte 2




Nesse “capítulo” e no próximo, quero levar vocês comigo em uma viagem muito diferente, mas muito legal (pelo menos, em minha opinião) e gostaria que vocês pudessem, por algumas linhas, ter a mente aberta para novas informações e sensações.

Depois disso, poderemos  ter novas “ferramentas” e novos caminhos a trilhar para compreender não só as cólicas, mas o choro e o desenvolvimento dos nossos bebês e não teremos mais medos, preocupações ou noites sem sono e sim uma fase linda da vida da família, da qual teremos saudades.

Vamos lá?

Todo ser humano nasce prematuro

Bebê logo após trabalho de parto recebendo cuidados médicos - Reynardt/Shutterstock.com
Muitos estudos e muita observação mostra que independente de nosso tempo de gestação (9 meses – quase 270 dias), se de termo ou não, todas as crianças da “raça humana” nascem antes do tempo, quer seja avaliada a questão clínica, física, social ou psicológica.

Após uma gestação inteira de preparação, a criança quando nasce não sabe se alimentar sozinha, não enxerga adequadamente, escuta mal, não fala, não anda, não senta, não sustenta nem a cabeça, não se relaciona com os seus semelhantes e leva muito tempo para atingir um patamar próximo ao do recém-nascido de qualquer outra raça do reino animal. Isso significa que, se esse bebê fosse deixado para se virar por conta própria e não tivesse a sorte de ser um Tarzan (o rei da selva -1918) ou um Mowgli (o menino lobo), ele certamente não sobreviveria.

Isso mostra sua necessidade e até dependência dos adultos da sua família para seus cuidados, alguns dos quais só pode ser suprido pela mãe.

Mas, se por um lado, ser prematuro significa que o bebê não está pronto ao nascer, como grande parte dos animais que dependem de habilidades para sobreviver desde muito cedo, por outro lado, ele está aberto para se desenvolver de forma única, podendo ser mais flexível em suas adaptações e tem constante necessidade e capacidade de inovar e aprender. E esse meio ambiente influencia diretamente o desenvolvimento da criança.

Com poucas horas de vida, boa parte dos animais está preparada para andar, correr, buscar seu alimento, se esconder e se defender. Um “bebê da raça humana” pode levar anos para se desenvolver a esse nível. Essa é uma das razões pelas quais a infância é tão longa até chegarmos à adolescência.

Somos inteligentes e racionais

Ou quase isso.

Vamos a uma sessão você sabia?

- Você sabia que um bebê nasce com um cérebro de 25% do tamanho do cérebro do ser humano adulto?

Ao nascer, nosso cérebro pesa cerca de 350 gramas (no adulto chega a 1.400 gramas) e tem um volume 4 vezes menor do que o do adulto. Após um mês, ele pesa 420 gramas, ao final de um ano 700 gramas (metade do tamanho do adulto).

Passamos apenas 2% de nosso tempo de vida na infância, mas 80% de nosso cérebro cresce até os 2 anos de idade e 90% aos 3 anos.

Essa lentidão do desenvolvimento do cérebro e do nosso desenvolvimento (comparada ao de outros animais) pode ser vista como uma vantagem porque possibilita a influência do meio em que ele vive em seu desenvolvimento ao longo da vida, permitindo uma maior capacidade de aprendizagem e uma adaptação ao meio. Mas, isso também mostra uma maior necessidade da presença de outros seres humanos, de preferência da família e, sempre que possível dos pais, nesse processo.

- Você sabia que um macaco nasce com 50% do tamanho do cérebro do macaco adulto?

Isso mostra que um macaco recém-nascido (após 237 dias de gestação se for um chimpanzé) já nasce com condições de um desenvolvimento e uma adaptação muito mais rápida que a do bebê humano, até porque precisa disso para sobreviver em seu meio ambiente natural.

Estudos de 1944, por Adolf Portmann (zoólogo - 1897-1982) já mostravam que para um bebê humano recém-nascido atingir a fase do desenvolvimento de um macaco recém-nascido, a gestação teria que ter 21 meses. Será que alguma mãe estaria disposta a esperar assim?

Outro autor (Bostok) dizia que para que um recém-nascido pudesse “pensar em se cuidar sozinho”, tentando escapar de perigos por conta própria, ele precisaria pelo menos engatinhar (ficar “quadrúpede”) e isso acontece por volta de 266 dias após seu nascimento (9 meses), ou seja, o mesmo tempo de uma gestação dentro do útero.

Assim os macacos, assim como outros “animais irracionais” nascem prematuros, mas permanecem imaturos por menos tempos do que os bebês de “animais racionais” (nós).

- Você sabia que é o tamanho da cabeça do bebê e da pelve estreita da mãe que determina a hora de nascer?

No último trimestre de gestação, o cérebro do bebê cresce demais. Se os bebês não nascessem após 266 dias de gestação, e ficassem mais tempo dentro do útero, e se seus cérebros continuassem a crescer na mesma velocidade, a cabeça não passaria pelo canal vaginal e colocaria em risco a sua vida e a de sua mãe. Dessa forma, mesmo sem estar “completamente pronto”, o bebê precisa nascer e nasce por conta própria, ao seu próprio tempo.

Isso mostra a necessidade do cuidado do nascimento ao tempo certo, sem nada nem ninguém para apressá-lo. Ele já está nascendo antes do que deveria para estar pronto. Tirar um bebê do útero sem respeitar seu próprio tempo de desenvolvimento (cérebro, sistema digestório, circulatório, respiratório) pode acarretar grandes riscos para sua sobrevivência após o corte do cordão umbilical.

Já consegui convencer vocês que nosso bebê nasce antes do que devia (prematuro), que precisaria de pelo menos mais 9 meses de gestação para nascer “mais pronto”, que demora a se desenvolver e precisa da presença mais constante de seus pais e familiares para que esse processo ocorra da forma mais satisfatória e completa possível?

Vamos devagar, tá? Sem pressa. Vou dar um tempo para se digerir melhor essas informações e voltamos
 amanhã, pode ser? Aguardo vocês aqui de novo.

Dr. Moises Chencinski


quarta-feira, 23 de abril de 2014

Cólicas em Bebês - parte 1

 
Uma das dúvidas mais comuns das mulheres, desde gestantes até depois do parto, discutidas tanto em consultas quanto em grupos de apoio ou entre familiares, razão dos mais diversos métodos de diagnóstico e sugestões de tratamentos, a cólica infantil parece muito mais comum do que ela realmente é, segundo mostram pesquisas.

E muito embora ainda haja estudos recentes sobre causas e tratamentos de cólicas infantis, a definição é a mesma usada desde 1954 (isso mesmo, artigo publicado no Pediatrics de novembro de 1954), onde se faz uma revisão sobre os termos “cólica infantil” ou “agitação paroxística” e um  estudo sobre o sintoma: mais de 3 horas de choro por dia, por mais de 3 dias por semana por mais de 3 semanas.

Nesse estudo (lembrem-se que é de 1954), o quadro acontecia a partir da 2ª semana de vida, com um pico na 6ª semana durando até entre a 12ª e a 16ª semanas (entre 3 e 4 meses), na maior parte das vezes no final da tarde e à noite, em bebês com características semelhantes (peso ao nascer, ganho de peso, sexo, escolaridade materna, história familiar de alergia e alimentação). Em quase 50% dos casos sintomáticos, a tensão familiar foi considerada fator importante no desencadeamento desse sintoma (25% de casos, nesse estudo, não se encontrou causa aparente). E a conclusão dos autores, em 1954, foi que a cólica infantil seria “possivelmente uma das respostas somáticas mais precoces à presença de tensão no ambiente”.



A primeira questão a se pensar seria:

- Por que razão, os dados numéricos (mais de 3 horas por dia, mais de 3 dias por semana, por mais de 3 semanas) persistiram como verdade absoluta e são base para estudos modernos sobre cólicas, mas o dado mais relevante do estudo, ressaltado na conclusão pelos autores, sobre a influência de tensão familiar (representando fatores emocionais) é constantemente "esquecido" e não é levado em consideração?







Da vida no útero para a vida “sem lar”.

Antes de continuarmos a conversar sobre cólicas, que tal entendermos um pouco mais sobre a transição da vida de feto para recém-nascido? No meu livro “Gerar e Nascer – um canto de amor e aconchego” (2008), na segunda parte, capítulo 2, faço uma longa reflexão sobre isso. Mas quero trazer aqui alguns pontos em especial:

Onde fica o bebê?

Nós costumamos ter a ideia de que o bebê é um pontinho minúsculo que fica nadando na imensidão da “piscina amniótica”. Isso não é bem real. O aumento de tamanho do bebê durante as semanas de gravidez é que “induz” o útero a crescer. Assim, quando chega perto do parto, apesar de termos o líquido amniótico, a placenta e o cordão umbilical dentro do útero, é quase como se o bebê “vestisse o útero“ e fosse uma roupa um pouco folgada. É por essa razão que a mamãe sente, por exemplo, nas costas, a cada vez que seu filhinho amado estica uma perna, ou perto do estômago quando ele resolve se “espreguiçar”. O útero é um órgão muscular resistente, capaz de se esticar e aumentar X vezes seu tamanho, para abrigar o bebê dentro dele. E aí ele fica no líquido amniótico, que é estéril e quentinho.

Som

Uma das razões que fazem os bebês pararem de chorar quando estão no colo de sua mamãe é o fato de se “lembrarem” de um som que os acompanhou por essa jornada: o coração materno. Temos medo do que não conhecemos, mas quando encontramos um rosto amigo, familiar, costumamos nos acalmar. Acontece assim com seu filhinho também. Além desse som, o bebê convive com os (não tão românticos) ruídos hidroaéreos do aparelho digestório da mamãe. Assim, pensem bem antes de passar por aquela orgia alimentar, pois isso poderá gerar gases que, perto de um útero, podem, no mínimo, incomodar a paz e a harmonia desse ambiente.

Além dos sons intrauterinos, ele pode sentir a vibração das vozes que tentam se comunicar com eles durante a gestação. Músicas, as vozes do papai e da mamãe são sempre bem recebidas (para todos) durante essas 40 semanas (parece mais do que 9 meses, não parece?).

Proteção

Dificilmente, o bebê vai encontrar, durante toda sua vida, um local onde ele fique mais protegido do que no útero materno. E a mamãe também, pouco provavelmente, vai se sentir mais super-protetora em algum outro momento que não seja esse.

Enquanto está dentro do útero materno, alguns riscos são minimizados e quase ausentes.

- Fome – todo alimento que o bebê necessita é trazido a ele através do sangue do cordão umbilical. Assim, ele não perde a hora de comer, não come demais nem de menos, e ele come “aquilo que você comer”. Assim sendo, cuidado com a sua alimentação. Alguns estudos mostram a importância do hábito alimentar da gestante na criação do hábito alimentar de seus bebês após o parto.

Alimentação

Aqui, a futura mamãe não poderá dizer a mais conhecida frase em consultórios pediátricos: - “Doutor, meu filho não come.”

Isso porque o “alimento” chega através do... adivinhem... isso mesmo: do cordão umbilical também. Os nutrientes que o bebê necessita chegam através do sangue que vem da mamãe. E aí, seu filho não vai dizer que não gosta de verdura, que prefere chocolate ou salgadinhos. Então, se você não quer que ele coma nada disso, preste muita atenção na sua alimentação, viu? Tenha uma dieta equilibrada e saudável porque isso será o primeiro passo para cuidar da saúde de seu bebê, agora e para o futuro.

Enquanto estamos dentro do útero (embrião e feto), temos nossas necessidades básicas preenchidas. Imediatamente após o parto, sem nenhum aviso prévio, perdemos nosso lar (útero), nossa amiga (a placenta – conhecida em muitos lugares no Brasil como “companheira”) e a nossa linha da vida (cordão umbilical – por onde chegam o oxigênio e o alimento).

Essa é uma grande perda, abrupta, profunda e até assustadora. O bebê pode reagir para, inconscientemente, tentar retomar a intimidade e a suficiência da vida que vivia até então.

Será que existem mesmo cólicas? Será que isso não é parte do desenvolvimento e da evolução dos bebês numa tentativa de resgatar sua rotina anterior? Nas próximas semanas estaremos retornando a esse assunto e tentando colocar uma luz diferente no final do túnel. Te espero aqui, tá?

Dr. Moises Chencinski

terça-feira, 22 de abril de 2014

Sangue de cordão umbilical não é seguro de saúde

ABHH alerta: sangue de cordão umbilical não é seguro de saúde

ABHH manifesta sua preocupação quanto ao armazenamento do sangue de cordão umbilical para uso autólogo em bancos privados.

A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), entidade sem fins lucrativos cuja missão é representar a comunidade de profissionais da área de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, manifesta por meio de nota oficial sua preocupação quanto ao armazenamento do sangue de cordão umbilical para uso autólogo (células-tronco do sangue de cordão do próprio indivíduo transfundido para ele mesmo), em casos que não haja indicação médica.

Não existe justificativa para armazenar o sangue de cordão umbilical para uso autólogo. No Brasil, os bancos privados de sangue de cordão têm alimentado um comércio baseado em propaganda enganosa, uma vez que vendem a ideia de que com esse ato é possível garantir qualidade de vida e salvamento em casos de doenças no futuro. Sangue de cordão não é seguro de vida.

A leucemia, por exemplo, principal causa de câncer em crianças, é a mais citada como argumentação dos bancos privados junto aos pais, como forma de prevenção à saúde. Mas a utilização do próprio sangue de cordão para o transplante desta criança será inútil. Trabalhos na literatura médica demonstram que a carga genética para a leucemia já se encontra presente desde o nascimento.

Portanto, em vez de a família pagar a taxa para coletar as células durante o parto, seu congelamento e manutenção, ela pode, se precisar no futuro, acionar a rede pública para realizar o transplante com células de outro doador - já que a compatibilidade necessária para o transplante de células-tronco do sangue de cordão umbilical é menor do que a requerida pelo transplante de medula óssea.

No Brasil não há regulamentação para o uso do sangue de cordão umbilical e placentário para fins terapêuticos. A Comunidade Europeia é contra o armazenamento privado, sendo a prática proibida em muitos de seus países. Enquanto isso, os bancos privados de sangue de cordão umbilical brasileiros mudaram a estratégia. Agora querem convencer que o congelamento é necessário porque, no futuro, este sangue pode se utilizado em Medicina Regenerativa.

A utilização de sangue de cordão, apesar de ser uma excelente fonte de obtenção de células-tronco, neste tipo de terapia celular ainda se encontra em fase experimental e não deve ser realizada cobrança para estas coletas, já que não há respaldo científico, nem indicações clínicas precisas que deem suporte para este tipo de procedimento. Para se ter uma ideia, o sangue ainda conserva suas propriedades até 20 anos após a coleta, após esse período a “qualidade” desse sangue é reduzida.

O país já possui bancos de armazenamento de sangue de cordão umbilical e placentário públicos, como a Rede BrasilCord, lançada pelo Ministério da Saúde em 2004, para o atendimento de pacientes que necessitam de células-tronco e que aguardam transplante de medula óssea.

O material é coletado por equipes treinadas, em maternidades conveniadas aos bancos públicos,  sob rígidos critérios de seleção de gestantes. As mães assinam um termo de consentimento informado para efetivar a doação aos bancos públicos. Além disso, para ser aceita como doadora de sangue de cordão a mãe passa por uma anamnese semelhante ao doador de sangue, além de uma investigação sobre doenças familiares e maternas, que possam inviabilizar a utilização da bolsa.

Diretoria da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular

Site da ABHH: www.abhh.org.br

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Lenda do Sapatinho Vermelho!

A utilização desta cor é representada de várias maneiras e por diferentes simbolismos em cada cultura.

Os índios empregavam o vermelho para proteção contra negatividade. As noivas orientais vestiam-se de vermelho para garantir vida longa aos casamentos. De acordo com as culturas orientais o vermelho é a cor da liderança, da prosperidade, da felicidade e da iluminação.


Há várias versões sobre a origem da lenda do sapatinho vermelho. A mais difundida é que tenha se popularizado através de um costume cigano.

De acordo com a lenda que envolve os sapatinhos, cada bebê escolhe um casal para ser seus pais. Mas havia um que estava muito preocupado com sua nova experiência. Percebendo as dúvidas do pequeno, apareceu a Mestra que tem o poder de sentir todas as coisas. Ela colocou a mão em sua cabeça e falou: “Tenha confiança. Para que sua vida na Terra seja tranquila eu enviarei um amuleto sob a forma de presente, garantindo sua saúde e felicidade”.O destino reservou que aquele bebê nascesse numa família de ciganos europeus. E o primeiro presente que recebeu foi um par de sapatinhos vermelhos que ele usou e guardou para sempre. O bebê cresceu e tornou-se muito conhecido e respeitado por todos, assim como seu amuleto. A partir de então, a tradição de dar sapatinhos vermelhos para os recém-nascidos se espalhou pelos cinco continentes.”

Recomenda-se que todo recém nascido use um par de sapatinho vermelho, em especial na saída da maternidade. Isto para espantar o mau olhado e atrair sorte e saúde!

:)

quarta-feira, 16 de abril de 2014

O que fazer quando a febre aparece


Você percebe que seu filho está quente, coloca o termômetro e logo vem o resultado: ele está com febre. Com a confirmação também aparece um caminhão de preocupações: o que devo fazer? Melhor medicá-lo logo? Será que está doente?
“A febre é amiga. Ela faz parte da defesa do organismo e ajuda a combater os eventuais invasores”, explica a pediatra Silvia Gioielli, de São Paulo. Então, a primeira coisa a ser feita é respirar fundo, acalmar-se e observar o seu filho.
Por se tratar de um quadro em que o organismo da criança está reagindo contra um agente invasor, não há indicação para medicá-lo já no início da febre. Mas existem algumas atitudes simples que você pode fazer para que seu filho se sinta melhor:

- Mantenha-o em repouso, longe de agitação.
- Vista-o com roupas leves.
- Fique por perto para ajudá-lo, observar a evolução da febre e dar muito carinho.
- Mantenha-o hidratado. Dê preferência para água e água de coco.
- Ofereça alimentos como sopa de legumes, arroz e macarrão.
- Para os lanches, sirva bolachas simples de água e sal ou maisena, torradas com geleias de frutas e frutas cozidas ou assadas.
- Banho morno ajuda a baixar a febre e faz com que a criança melhore o mal-estar. Ao contrário das medicações antitérmicas, o banho abaixa a febre de forma gradual, sendo, assim, mais seguro.

Como medir a temperatura?
Use termômetros que são colocados nas axilas (mais confiáveis). Os de mercúrio demoram 3 minutos para verificar a temperatura, os digitais avisam quando a medição está finalizada.


Qual temperatura é considerada como febre?
Estado subfebril: de 37°C a 37,8°C
Febre: de 37,9°C a 38,8°C
Febre alta: acima de 38,9°C






Quando medicar?
Prefira entrar com medicação antitérmica quando a febre ultrapassar 38,8°C ou quando seu filho apresentar muitos sinais de desconforto. Enquanto a criança estiver ativa e bem disposta, apenas acompanhe a evolução da febre. Cuidado para não medicar em excesso ou repetidas vezes — isso pode gerar um quadro de hipotermia além de impedir que o organismo do seu filho reaja contra os agentes invasores.

Mas e a tal da convulsão febril?
Causada pela rápida elevação da temperatura, ela pode acontecer em uma em cada 25 crianças com idade entre 9 meses e 5 anos. “As crianças que estão fora da faixa etária mais comum, que não têm antecedente familiar de convulsão febril ou que nunca tiveram um episódio antes, dificilmente apresentarão um primeiro episódio”, tranquiliza a pediatra. Por isso, se seu filho nunca teve uma convulsão febril, não se preocupe com ela.Se a convulsão febril acontecer, mantenha a calma e procure o pronto atendimento médico. Mas saiba que, na maior parte das vezes, ela é benigna e não traz riscos de vida, nem gera sequelas.

Quando procurar atendimento médico?
“Se, além da febre, seu filho apresentar sintomas como queda do estado geral, irritabilidade extrema (principalmente em bebês), muita sonolência, vômitos, dores de cabeça ou convulsões, procure o atendimento em um pronto socorro”, aconselha Silvia. Se a febre durar mais de 48 horas, procure a orientação do seu pediatra.
No caso de bebês recém-nascidos até 3 meses, vá ao médico logo no primeiro pico de febre. “A febre em bebês também pode ser causada por desidratação ou por aquecimento excessivo (muito agasalho nos primeiros meses)”, alerta a pediatra Thelma Oliveira, em O Livro Da Maternagem (Editora Schoba, 2012), onde assina como Dra. Relva.
Lembre-se sempre de que a orientação do seu pediatra é importante em casos de dúvidas e febre alta.


bebe.abril

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Brincando no banho

As brincadeiras ajudam no desenvolvimento psicomotor da criança. Já que o banho tem que ser diário, é bom que a criança aguarde ansiosa por essa diversão. Então, nada melhor do que aproveitar esse momento para brincar com o bebê e fazer o banho virar uma grande atração.

Existem centenas de brinquedinhos próprios para o banho. Escolha os modelos de borracha, que a criança pode morder à vontade, e bem coloridos para atrair a atenção. Ensine o bebê a pegar o brinquedo, afundar, jogar. Brinque também com as bolhas de sabão e com a água. Eles adoram respingar, bater na água, fazer barulho. As crianças são curiosas e gostam de novidades.

Sempre que possível, chame o pai ou os irmãos mais velhos para participar. Enquanto a mãe dá o banho, o papai e os irmãozinhos podem estimular o aprendizado do pequenino com brincadeiras simples como esconde-esconde usando a toalha.

Para entreter e estimular a linguagem oral, cante músicas que falem de água, de barquinhos. Durante a canção, faça movimentos com o corpo do bebê para frente e para trás e brinque com a água.

Durante a brincadeira, segure firme o bebê. Às vezes, eles se empolgam e podem escorregar na banheira com um movimento brusco do corpo. Fique atento também para não deixar a água com sabão espirrar nos olhos da criança. Qualquer descuido pode acabar com a brincadeira.



Paula R. F. Dabus

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Preparando o banho

O recém-nascido não pode ficar muito tempo exposto à friagem, sem roupinhas, nem antes e nem depois do banho. Também não pode ficar esperando na
banheira enquanto você corre para pegar a toalha que esqueceu dentro do armário. Por isso, os pais devem organizar o espaço e deixar tudo o que vão usar bem à mão.

Coloque todos os produtos para o banho ao seu alcance. No trocador, deixe a roupinha que o bebê irá vestir, fralda, gaze, algodão. O ideal é que o bebê possa tomar banho e se trocar no mesmo ambiente, para evitar mudanças de temperatura. Cheque se todos os itens estão separados e se a temperatura da água está boa antes de tirar a roupinha do bebê.

Lembre-se que o ambiente deve estar com janelas e portas fechadas para evitar correntes de ar, mesmo nos dias mais quentes. O banho precisa ser diário, apesar de se sujarem pouco, e o melhor horário para banhar os recém-nascidos é nos períodos mais quentes do dia, entre às 11 e às 15 horas. Em geral, o melhor é dar o banho antes da mamada para evitar que ele regurgite. Algumas mães preferem dar logo antes do horário que o bebê costuma dormir.

A pessoa que vai dar o banho no bebê deve estar com as unhas bem curtas, pois a pele do bebê é muito fina e qualquer arranhão pode machucar a criança. Tire anéis, pulseiras e relógios e lave bem as mãos antes de começar.



Paula R. F. Dabus

terça-feira, 8 de abril de 2014

Se sujar faz bem?


A “sujeirinha” que pode ser útil à criança

Higiene é essencial, mas em excesso pode prejudicar a saúde dos pequenos. Pode parecer papo de louco, mas tem fundamento. Isso é que indica um estudo americano publicado pela revista online Nature Medicine.

Pesquisadores da School of Medicine da University of California, em San Diego, descobriram que uma bactéria que vive constantemente na nossa pele pode impedir que a inflamação após um ferimento seja muito grande.

Bebê engatinhando na grama - Foto: GettyImages

O problema é que essas bactérias são eliminadas por produtos de limpeza, como sabonetes, sabão e desinfetante. Neste caso, o excesso de limpeza poderia acabar com esses organismos na pele das crianças, podendo fazer que um simples ferimento inflame mais do que se essas bactérias tivessem atuado.

Mas é lógico que não é por essas e outras que o personagem Cascão, da Turma da Mônica, virará referência às crianças da noite para o dia. Longe disso. Banho é fundamental. Mas muito banho no mesmo dia pode ser desaconselhável, principalmente se a pessoa insistir no uso de esponja.

Segundo Richard Gallo, um dos coordenadores da pesquisa, diz que os estafilococos (as bactérias presentes na pele) podem causar infecções se entrarem no organismo das pessoas, mas se ficarem somente na pele são benéficas para os ferimentos mais leves.

Esse estudo embasa a “hipótese da higiene” que relata a importância do contato com germes na primeira infância para que as crianças fortaleçam seu corpo contra alergias.

Há cada vez mais evidências que o excesso de limpeza que se vê hoje nas sociedades modernas está levando a um grande número de pessoas alérgicas no mundo.

Ainda são poucos os estudos feitos nessa área, mas levam a indicar que contatos com os germes são necessários para a saúde do nosso organismo. Mais pesquisas devem ser feitas para concluir de vez essa questão.

Por isso, papais e mamães não devem ficar tão preocupados quando a criança engatinha no chão que não está tão bem limpinho ou quando, sem querer, a criança coloca a mão suja de areia na boca na hora que está brincando na praia.

Bruno Rodrigues

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Gravidez na adolescência


A gravidez mexe com todo o corpo da mulher. Mudam a vida, os hábitos, os sonhos e os objetivos. Imagine tantas transformações em um corpo que ainda não está bem formado, como o da adolescente. Some a isso o fato de que a adolescência é um período de crescimentos, mudanças e transformações.


Psicólogas esclarecem em perguntas e respostas, o que acontece nesse momento, como agir e o que esperar.
1. O que muda na vida de uma menina que engravida na adolescência?
“A gravidez na adolescência acarreta várias mudanças do ponto de vista individual, familiar e social. Ao engravidar, a adolescente terá a dupla tarefa de lidar com as transformações próprias da sua adolescência e as da maternidade, assumindo responsabilidades e papéis de adulta antes da hora. Isso representa uma sobrecarga física e emocional. É um período de difícil processo de adaptação a uma situação imprevista e inesperada”, explica Márcia Rios Ferreira Perigo, psicóloga do Programa de Assistência Médica e Psicológica à Mulher Adolescente da Faculdade de Medicina do ABC.

2. Muda a vida escolar?
A psicóloga Márcia Rios Ferreira Perigo explica que muda, sim. “A adolescência é a fase em que a pessoa se encontra – ou deveria se encontrar – no processo de formação escolar e de preparação para o mundo de trabalho. A ocorrência de uma gravidez nessa fase significa o atraso ou até mesmo a interrupção desse processo. A maternidade precoce está relacionada ao abandono escolar, às restrições das opções de vida, das oportunidades de inserção no mercado de trabalho. Quanto menos escolarizada e qualificada for a mão de obra, menores são as chances de sua inserção no competitivo mercado de trabalho.” Anna Chiesa, consultora da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e professora do Departamento de Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, completa: “A gravidez costuma afetar, sim, a vida escolar. Porém é bom lembrar que, em muitos casos, a gravidez acontece depois que a menina abandonou os estudos, ou seja, ela não é necessariamente a causa da evasão escolar”.

3. É comum que meninas que nasceram quando as mães eram muito novas repitam o comportamento?
“Sim, é bastante frequente que filhas de mães adolescentes sejam também mães adolescentes. A justificativa psicológica se apoia em uma tentativa de poder compreender a sua história pela repetição do evento”, explica Ana Merzel, psicóloga do hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo. A psicóloga Márcia Rios Ferreira Perigo concorda e acrescenta: “A família é o primeiro grupo de referência do indivíduo, sendo responsável por manter e reforçar padrões de comportamentos. As adolescentes se subordinam às influências familiares no qual estão inseridas. As adolescentes repetem padrões de comportamento de suas mães ou de algum parente muito próximo”.

4. A gravidez na adolescência sempre foi considerada um problema?
“É preciso compreender que a adolescência é um fenômeno social contemporâneo. Em outros períodos históricos, as mulheres se casavam a partir do momento que menstruavam e já iniciavam a vida reprodutiva desde cedo sem que isso fosse alarmante. Porém a sociedade muda, seus conceitos e preconceitos também mudam, e comportamentos que eram aceitos passam a não se encaixar mais na realidade e podem se transformar em problemas. É interessante lembrar que, na época em que a gravidez na adolescência não era motivo de preocupação, ser “mãe solteira” era considerado um problema muito grave. Hoje, ocorre o inverso. Ou seja, tem uma dimensão social que precisa ser focada. Outra coisa que também deve ser levada em consideração é que há muita diferença se a gravidez ocorre antes dos 15 anos ou entre 16 e 19 anos. Ser uma gestante aos 12 anos não é igual a engravidar aos 18 anos”, explica Anna Chiesa, consultora da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e professora do Departamento de Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo.

5. Uma menina tem condições de educar uma criança?
Ana Merzel, psicóloga, explica que, “se entendermos educação como tudo que envolve o cuidado de um filho, desde a atenção a todas as necessidades fisiológicas e emocionais, penso que nessa idade ela teria que fazer um esforço extra para dar conta de todas as demandas. Isso porque ela também está terminando parte do seu próprio ciclo de desenvolvimento e amadurecimento psíquico. O adolescente ser a pessoa 100% responsável por prover todo este cuidado é uma tarefa que exige muito de alguém que também está em uma fase de transição. A adolescente ainda não está com sua capacidade de tomar decisões. A vinda de uma criança de uma maneira inesperada gera uma alteração radical em sua vida, deixando de realizar ou adiantando o processo de amadurecimento, tendo que assumir compromissos para os quais ainda não está preparada. Nesse contexto, percebe-se que as crianças filhas de mães adolescentes recebem cuidados de todo o núcleo familiar em que a mãe se insere porque, muitas vezes, a adolescente não consegue desenvolver sozinha os cuidados e a adaptação à nova vida e ao novo ser. O cuidado de uma criança não é uma responsabilidade somente da mãe: uma menina de 16 anos sozinha não tem condições de educar uma criança, mas nenhuma mãe sozinha tem. Educar uma criança é uma tarefa complexa, que deve ser compartilhada por muitos, a começar pelo pai, pela família dos pais, pelos amigos e por toda a rede social”.

6. É comum que as mães culpem os filhos pelas coisas que não podem fazer, já que engravidaram muito cedo?
“Muitas vezes, os adolescentes acreditam que os pais deveriam ser corresponsáveis e coparticipantes no processo de criação dos netos. Como qualquer adolescente, acha que com ele nada irá acontecer ou tudo acontecerá de uma maneira diferente. É importante que se converse com o adolescente sobre que tipo de ajuda poderá oferecer e quais as responsabilidades de cada um e como e quando poderá oferecer auxílio no cuidado dos netos. 
Essa culpabilização dos filhos não é específica de adolescentes. Para criar um filho, a mãe precisa abrir espaço em sua vida, o que representa deixar de fazer uma série de atividades que eram desempenhadas antes. Isso acontece independentemente da idade da gestante. O que é necessário é que a mãe entenda o quanto pode ser prazeroso e enriquecedor cuidar do filho pequeno, acompanhar suas conquistas e fazer parte da sua vida, em vez de considerar o cuidado somente como dever”, ensina Ana Merzel, psicóloga do hospital Israelita Albert Einstein. Anna Chiesa, do Departamento de Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo.

7. O que os pais podem fazer para evitar uma gravidez precoce?
A psicóloga Ana Merzel garante que “a melhor alternativa ainda é a informação e a prevenção. É importante a adolescente ir ao médico, conversar em casa e conhecer as implicações de uma gravidez precoce”. No entanto, essa abertura para o diálogo tem de ser construída na família muito antes da adolescência, de acordo com Anna Chiesa. “Manter uma atitude de diálogo, proximidade, esclarecimento e amorosidade na família é um elemento muito importante para enfrentar qualquer crise. Essa disposição de diálogo e convivência deve se estender também aos amigos e colegas dos filhos, de modo a transmitir valores que ajudam a estabelecer os limites.”

[Fonte: bebe.abril.com.br]

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Xixi na cama, de novo!

O problema do xixi na cama sempre despertou preocupação aos pais, mais pelo desconforto do que propriamente pela gravidade. Imaginava-se que era um problema que passava sozinho. Porém, o pipi na hora errada pode ser um sinal de que a criança está com problemas de auto-estima e precisando de ajuda.

A enurese noturna é o “principal vilão” dos lençóis. Trata-se de um problema no qual a criança não consegue controlar a urina durante a noite enquanto dorme. “E isto pode ser um problema na medida em que inibe e impossibilita uma autonomia social por parte da criança”, afirma a psicóloga Patrícia Camargo.

A enurese é caracterizada quando a criança faz x

ixi na cama pelo menos duas vezes por semana, durante três meses seguidos, após ter completado cinco anos de idade. E pode ser primária, onde a criança ainda não consegue o controle urinário, ou, secundária, quando consegue o controle urinário após um período aproximado de seis meses, mas perde novamente, estando ligado a fatores emocionais ou orgânicos.

O fator hereditário é um dado importante, pois crianças com um dos pais enuréticos (que tiveram esse problema na infância) têm 40% de chance de serem enuréticas. Se ambos forem enuréticos, as chances aumentam. A torneirinha aberta de noite também está relacionada a outros fatores estressantes, tais como mudança de lar, separação dos pais, nascimento de irmão, etc.

Fazer pipi antes de nanar! - Outros aspectos comportamentais são muito bem recebidos pela enurese. Pense duas mil vezes antes de oferecer bastante líquido à noite ao seu filho, pois é um prato cheio ao xixi, assim como a falta de hábito de ir ao banheiro antes de dormir pode ser refletida de madrugada, com a cama encharcada de pipi. Acompanhe-o até o banheiro antes de dormir, adotando esse ritual por muito tempo.

“Os pais precisam ter consciência de que a criança não faz xixi na cama porque quer e certamente está precisando de ajuda psicológica e médica. Eles têm um papel importante na recuperação da auto-estima dos filhos e devem saber que as cobranças e humilhações só irão agravar o problema”, relata Patrícia.

Tem como evitar? - Existem várias maneiras de suavizar e de curar a enurese, começando pelo modo como a criança é tratada, com respeito e sem assumir a culpa pela falta de controle urinário. No entanto, a criança deve estar ciente de que é a única responsável pelos progressos no tratamento, devendo se sentir compreendida e apoiada.

O apoio psicológico é fundamental para ajudar no tratamento, pois está ligado à auto-estima, a resolução de conflitos pessoais e familiares. Não é válido brigar com o filho por ter feito xixi fora de hora (até porque já é tarde). É muito melhor incentivá-lo a não repetir a mesma cena no dia seguinte. Isso auxilia na motivação da criança.

“Os fatores que influenciam a manter ou cessar o sintoma de enurese dependerá da estrutura emocional da criança, da maneira com a qual os pais tratam a questão e do tempo de duração. Pois a ansiedade, a angústia e o sentimento de culpa podem agravar o problema”, alerta a psicóloga.

Para evitar o quadro da enurese na criança, no que se refere a fatores psicológicos, é importante que a auto-estima seja trabalhada antes mesmo que ela comece a dar os primeiros passos. É na forma como a mãe se relaciona com a criança, quando ela ainda está em seu colo, que começa a se desenvolver a auto-estima.

Nunca perca o controle na hora de discutir a questão. Xixi na cama não é um bicho de sete cabeças. A criança precisa ser protegida, cuidada, ensinada e compreendida. Jamais ser repreendida por tal problema.

Bruno Rodrigues

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Cuidado com produtos diet e light na gravidez

Assim que a gravidez é confirmada, logo dá início a uma batelada de preocupações por parte da futura mamãe. Por mais que a mulher saiba que inevitavelmente vai ganhar peso nessa fase, ela sempre tenta manter à risca o item “não engordar muito”. São nesses momentos de controle na balança que as mulheres cometem um erro perigoso: usar sem conhecimento produtos diet e light achando que vai manter a forma. A utilização incorreta dos lights e diets, além de não ajudar a emagrecer, pode trazer riscos à saúde da mulher.

Para começo de conversa, a grande maioria das pessoas desconhece o significado de “diet” e “light”. Vamos explicar primeiro o sentido dessas duas expressões para depois dimensionar possíveis riscos na gravidez.

Engana-se quem pensa que um alimento ou bebida diet é aquele que “não tem açúcar”. Nem sempre é assim.

Nos produtos dietéticos é cortado um ou mais nutriente (não necessariamente o açúcar). Às vezes um alimento pode ser rotulado de dietético porque foi cortado o sódio, e não o açúcar.

No caso dos lights há diminuição de até 25% dos nutrientes normalmente presentes no alimento ou bebida normal. Seria como uma versão mais “suave” do original e novamente não obrigatoriamente será o açúcar que será diminuído na versão light, poderá ser o sódio, por exemplo.



Refrigerante - Vamos citar como exemplo o refrigerante. Muitos bebem refrigerante diet ou light acreditando que está se livrando do açúcar.

De fato o açúcar é cortado do refrigerante (diet). Mas para compensar a ausência da glicose (açúcar), a concentração de sódio aumenta bastante. E isso não é nada bom durante a gravidez. O excesso de sódio pode aumentar a retenção de líquido no corpo da mulher e, principalmente, elevar a pressão arterial, além de riscos de lesões nos rins e fígado. Alguns refrigerantes diet já estão diminuindo o a quantidade sódio, mas é preciso ficar atento.

“As gestantes não devem beber nenhum refrigerante, seja diet, light ou normal. Mas se for beber, é preferível o refrigerante normal do que o diet, pois o normal tem menos sódio. O refrigerante diet seria indicado apenas às mulheres com diabetes gestacional”, frisa o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli, autor do livro “Gestação, Mitos e Verdades Sob o Olhar do Obstetra”.

O ideal é que a grávida leia atentamente os rótulos dos produtos diet e light, se informando qual ou quais elementos foram extraídos ou reduzidos da fórmula do produto.

Chocolate diet - Objeto de desejo das mulheres, principalmente no período menstrual, o chocolate é outro exemplo clássico de possível engano ao definir o que é diet.

Muitas grávidas pensam a seguinte estratégia: “vou me entupir de chocolate, mas comerei o diet para não engordar”. Os chocolates diet, de fato, têm menos açúcar. Mas para compensar a falta do gosto doce do açúcar, o chocolate dietético tendo muito mais gordura do que o normal.

Se não bastasse, o chocolate diet é tão calórico quanto o normal. Ou seja: pode provocar, sim, aumento de peso.

Evite adoçantes - Um conselho às futuras mamães: evite adoçantes, sobretudo nos três primeiros meses de gestação. O consumo exagerado de substâncias encontradas nos adoçantes pode provocar diarreia e aumento na taxa glicêmica.

A Sociedade Brasileira de Pediatria, porém, informa que o aspartame (substância encontrada no adoçante) não traz riscos durante a amamentação, mas faz ressalvas à sacarina (outra substância encontrada no adoçante).

“A gestante pode tomar café, mas é recomendado com açúcar ou sem açúcar. Nada de adoçante. E não se deve beber café à noite, porque pode prejudicar o sono dela e dar refluxo”, ressalta Domingos Mantelli.

Estudos ainda são poucos conclusivos sobre o real efeito negativo que o adoçante pode causar durante a gravidez.

É importante que a mamãe consulte profissionais da área de saúde para ter conhecimento dos alimentos que devem ou não usar na gravidez. O que vale para uma pode não valer para outra. E lembre-se: atividades físicas são fundamentais para uma gravidez saudável.

Bruno Rodrigues

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Grávida pode ter relações sexuais sem restrições?

A princípio não há contraindicação, e vocês podem manter relações sexuais sem temor durante a gravidez toda. Mesmo com a penetração, o pênis não tem como machucar o bebê. 

Agora, se você teve algum tipo de sangramento no início da gravidez, é possível que seu médico a aconselhe a não transar com penetração até a 14a semana. Outras complicações médicas, como placenta prévia ou insufiência do colo uterino também podem levar o obstetra a recomendar abstinência. 

* Nos primeiros meses, é normal que o cansaço, a náusea, a dor nos seios, o estresse e a preocupação de um modo geral impeçam você de sentir o mesmo desejo de antes. Para muitas mulheres, isso tudo muda com o passar da gestação. 

* No caso dos homens, é comum que tenham medo de machucar a parceira ou o bebê durante o ato sexual. A melhor maneira de resolver esse problema é ele conversar abertamente com seu médico e tirar as dúvidas. Alguns homens enfrentam também certa dificuldade para se ajustar ao novo corpo da mulher. 

* Com o crescimento da barriga, talvez você comece a se incomodar com o peso do seu companheiro, se for adepta da posição tradicional papai-e-mamãe. Procure experimentar posições sexuais que sejam mais prazerosas. No final da gravidez, vocês vão precisar de criatividade para que o sexo não fique muito desconfortável. 

* Sexo oral está liberado desde que nenhum dos dois seja HIV-positivo e não haja risco de infecção por alguma doença sexualmente transmissível. 

* Quanto ao sexo anal, ele pode ser feito, mas com cuidados especiais. A tendência a hemorroidas pode significar possíveis sangramentos no ânus. Também é necessário prestar muita atenção à higiene, nunca passando direto do sexo anal para o sexo vaginal, para que bactérias presentes no ânus não infectem a região da vagina. 

O obstetra poderá pedir que vocês evitem o sexo no último trimestre caso você tenha histórico de trabalho de parto prematuro. Isso porque o sexo libera oxitocina na corrente sanguínea, o hormônio que ajuda o colo do útero a se preparar para o trabalho de parto, e também pode provocar contrações. 
Algumas pessoas deixam de manter relações sexuais durante toda a gravidez. Embora tal atitude seja perfeitamente normal, se acontecer com você e seu parceiro, conversem bastante para que a questão não se torne um fantasma entre vocês.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Como organizar o quarto da criança



A mamãe não sabe o que fazer com tantos objetos espalhados pelo quarto da criança. Brinquedos por todos os cantos e roupinhas penduradas na poltrona ilustram o cenário. Ainda dá tempo para deixar o espaço funcional e aconchegante.

Antes de começar a arrumação, coloque-se no lugar do seu filho e imagine procurar o objeto preferido da criança. O tamanho dela não permite alcançar a parte alta do armário e o ato representa perigo. Tenha o móvel como uma pirâmide. Na base, guarde o que for mais importante para o filhote. No alto, objetos que não são utilizados com frequência.

No início da arrumação, não se assuste. A bagunça poderá ficar ainda maior. Uma boa pedida é retirar todas as roupas do armário. Peça para que a criança vista cada peça. Desta forma é mais fácil ver o que ainda serve. Você economizará espaço e fará uma ótima ação se quiser doar o que sobrou.

Mamãe ajundando o filho a arrumar o quarto - Foto: Tomasz Trojanowski/Shutterstock.com

Calças, casaquinhos e vestidos podem ser pendurados com cabides reforçados no armário. Camisetas, cuecas ou calcinhas e uniformes escolares, por exemplo, devem ser guardados nas gavetas. Se não tiver sapateira separe um cantinho do móvel para colocar os calçados. Nada de guardar coisas debaixo da cama.

Incentive o poder de escolha do seu filho e instale um suporte de pressão nos armários. Com esta opção, a mamãe deixará as roupas ao alcance dos pequenos e regulará a haste conforme a criança for crescendo. Assim, evitará ouvir os futuros pedidos: “Cadê a minha calça?”.

Hora de mexer nos brinquedos. É assustador, mas você irá achar até brindes repetidos que a criança costuma ganhar no fast food, entre outros artigos quebrados. Que tal sentar com o seu filho e perguntar com qual ele mais gosta de brincar, o que quer que seja guardado e qual o brinquedo que não usa mais? Compre caixas coloridas e insira os objetos lá. Ficará mais fácil para a criança achá-los.

Algumas mães misturam os seus pertences com os dos pequenos. Cada coisa em seu devido lugar. Guarde os seus objetos em locais apropriados. Se agir desta forma, dificultará a sua procura por algo que poderia estar ao seu alcance.

Dá até para respirar, não é? Mas, o trabalho ainda não acabou. A identificação visual é bastante trabalhada pelas crianças. Identifique as repartições e caixas com imagens para que a criança saiba se o que busca está lá. “Esta é para o brinquedo; aquela é a do lápis de cor, por exemplo”.

Vida nova para o quartinho do filhote. Porém, nunca se esqueça de dar o exemplo e mantenha a sua casa sempre organizada e tente criar um espaço dentro do quarto da criança para ela brincar, sem invadir todos os espaços da casa. Bom trabalho!

Marcelo Bragança