segunda-feira, 26 de maio de 2014

O que fazer quando a criança é chatinha para comer?


Bebês gostam de rotinas. Eles adoram manter seus horários e odeiam quando sua rotina é interrompida. Então como fazer com que ele aceite mudanças na dieta?
As crianças precisam comer diariamente, pelo menos, 500mg de cálcio, uma xícara de vegetais e legumes, uma xícara de frutas e de 6 colheres de sopa de grãos e 4 colheres de sopa de carne ou proteína para ter uma dieta balanceada. E, nesse grupo, não devemos incluir batatas fritas!
Claro que quando seu filho recusa esse prato colorido e balanceado é muito mais fácil apelar para o macarrão que deixá-lo sem comer. Mas, um dos maiores problemas é que, aos pouco, os pais deixam de oferecer os alimentos saudáveis e passam a garantir o sucesso do cardápio com batata fritas e massa. O resultado é o crescente número de crianças obesas no mundo, inclusive no Brasil. 
Lembre-se que hábitos alimentares e paladar são desenvolvidos cedo e as opções que são dadas enquanto bebê ajudam a definir a dieta do adulto que se tornará. Mas como fazer com que seu bebê aceite o prato de legumes verdinhos para o qual ele tem torcido o nariz?
Faça a investida no momento da fome. Veja qual o horário que o seu bebê mais demonstra fome e apresente cenouras raladas, purês de ervilhas entre outros pratos coloridos para matar o apetite.  
Disfarce os alimentos. Coloque um purê de cenoura no macarrão, faça pães de espinafres. Seja criativa e deixe seu bebê comer coisas saudáveis sem perceber. Algumas mães cozinham os vegetais no leite, ao invés da água. É uma boa dica para quem tem filhos loucos por leite. Mesmo sem saber o que estão comendo, eles começam a se acostumar como gosto dos legumes e vegetais.
Dê o exemplo. Não adianta forçar seu filho a comer beterraba se você não passa perto da salada. As crianças imitam tudo o que os pais fazem. Então, tenha em mente que é muito mais fácil seu filho provar alguma coisa quando ver você salivando por ela. 
Tenha expectativas razoáveis. Não pense que seu bebê vá comer um prato todo com porções enormes. Raramente, bebês comem bem todas as refeições. Se for durante o almoço que ele come melhor, varie bastante esta refeição. Ofereça pequeninas porções, se ele comer tudo, ofereça mais. Isso vale para qualquer refeição.
Tenha em mente que não há atalhos. Melhorar a dieta do seu filho é um trabalho contínuo e diário. Aproveite as consultas com o pediatra para falar sobre a alimentação do seu bebê. O médico estará comparando suas informações com a curva de crescimento do seu filho e poderá orientar melhor quanto a dieta a seguir.
Paula R. F. Dabus

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Chupar dedo ou chupeta: sucção não-nutritiva

Chupar dedo ou chupeta é chamado de hábito de sucção não-nutritiva. O ato de sugar satisfaz o bebê afetivamente e gera um sentimento de prazer e de segurança. A sucção é um recurso que o bebê dispõe para se acalmar e é fundamental para o amadurecimento psíquico.

Geralmente a criança deixa de chupar dedo naturalmente. Entretanto, é possível que os pais tomem algumas medidas para evitar que esse hábito se prolongue durante a infância. Se o pequeno levar a mão à boca enquanto dorme e os pais estiverem perto, devem retirá-la com cuidado. Se a criança chupa dedo também durante o dia, enquanto está acordada, é essencial que os pais procurem substituir atividades em que ela fica de mãos vazias, por outras mais criativas como desenhar com lápis, giz, tinta, montar objetos, brincar de massinha de modelar. É interessante que os pais observem em quais situações a criança leva a mão à boca, assim poderão impedir mais facilmente, além de compreender quais circunstâncias geram mais ansiedade e medo, e poder conversar sobre isso com elas.
Pai segurando uma chupeta e bebê deitado - Foto: maxriesgo/Shutterstock.com
Brigar ou colocar substâncias com sabor/aroma fortes no dedo são medidas que não funcionam, além de poderem piorar o hábito. Discutir ou reclamar com a criança, expô-la na frente de terceiros, desencadeará mais ansiedade o que culminará no dedo na boca. Os pais devem proporcionar à criança um ambiente seguro e tranquilo, para que aos poucos ela possa substituir o hábito de chupar dedo para outras atividades que use as mãos. Se o pequeno não abandonar esse hábito com o passar do tempo pode ser útil levá-lo a um profissional. Crianças mais velhas devem ser levadas a um fonoaudiólogo, que em sua avaliação verificará a necessidade de um encaminhamento ao psicólogo.
E a chupeta? Até os dois anos a chupeta não deve ser vista somente como vilã, uma vez que ela conforta a criança na ausência do seio materno. Em geral, chupar dedo pode ser mais nocivo que chupar chupeta, uma vez que a chupeta pode ser jogada fora, esquecida, tirada pelos pais, enquanto o dedo está sempre disponível. É importante que os pais criem o hábito de tirar a chupeta da boca da criança depois dela dormir.

Mas, como acabar com o uso da chupeta? O processo pode ser iniciado com a visita a um odontopediatra. Existem alguns recursos que os pais podem lançar mão na hora de eliminar o uso da chupeta: avisar, aos poucos, que está chegando a hora de parar de chupar chupeta, propondo que a criança escolha outro acessório mais adequado para sua idade; evitar que o objeto fique tão disponível como antes (ofereça apenas na hora de dormir, por exemplo); criar histórias (fazer uso da fantasia sem medo!).
O ideal é que esse processo seja gradual e com colaboração da criança, minimizando os traumas,  evitando que se altere seu equilíbrio físico e psicológico. Os pais tem que ser pacientes e carinhosos, compreendendo o papel afetivo da chupeta na vida da criança!
Maria Cecília Schettino

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Alergia ou intolerância à lactose


Leite pode ser causa de problemas comuns

Alergia ou intolerância: será que o leite é prejudicial?
O leite de vaca pode ser um dos grandes influentes a reações alérgicas nas pessoas. Segundo especialistas, este tipo de reação pode desencadear diversos problemas como diarréia, coceira, espirros, asma, bronquite, entre outras e, hoje, é um dos problemas que atinge até 2% da população.
De acordo com o nutrólogo Maximo Asinelli, o principal perigo são os sintomas que podem começar a surgir nas crianças. Atualmente, cerca de 8% das crianças até três anos de idade, possuem intolerância ou alergia à lactose. "Quando a criança é muito nova e já consome leite de vaca, algumas reações podem aparecer. Nestes casos, a melhor solução é ver se o mal causado é devido ao leite e, se constatado, utilizar leite de soja ou leite com baixa "lactose" , afirma o nutrólogo.
Na maioria dos casos, a principal dificuldade é a falta de informação. "A maioria das pessoas não sabe, ou nem procura saber, se possui algum tipo de problema relacionado ao leite, o que pode parecer até incomum", conta Maximo. O fato é que a intolerância ou a alergia só passa a ser um problema quando agrava situações já existentes.
Nas crianças, a preocupação deve ser dobrada. Alergia e intolerância são coisas diferenciadas. "A alergia é algo facilmente perceptível. Quando se fala de intolerância, o período de aparição das reações pode ser prorrogado, causando dificuldade de identificação do real problema", explica Asinelli e, por isso, devem ser relevados alguns pontos.
Nas alergias, podem ser identificados problemas respiratórios, inchaço nos olhos e nos lábios, espirros e tosses. Já os problemas relacionados à intolerância podem ser associados a dores abdominais, diarréia, gases e desconforto.
Nesta diversidade de casos, o correto é procurar um especialista e verificar se não existe nenhum outro tipo de alergia ou intolerância. "É interessante que as pessoas saibam quais alimentos são apropriados ao seu consumo, pensando a partir do ponto de que nenhum organismo tem o mesmo funcionamento", finaliza.
Verônica Pacheco

terça-feira, 20 de maio de 2014

Acidentes na infância


Acidentes são comuns durante a infância, portanto, os pais devem estar sempre preparados para agir com os primeiros socorros e buscar ajuda médica rapidamente. A maioria dos acidentes com bebês e crianças, sobretudo as quedas, causa lesões leves, porém, alguns podem ser fatais.
Segundo o Dr. Paulo Sérgio Ciola, chefe do Departamento de Pediatria do Hospital Ana Costa, os acidentes são a causa mais comum de mortes em crianças maiores de um ano. Também causam incapacidade e sofrimento significativos em crianças e podem acarretar estresse pós traumatismo.
Bebê aproximando a mão da tomada - eprom /ShutterStock
Os tipos de acidentes que acometem os pequenos dependem da idade e do estágio de desenvolvimento da criança. Por exemplo, na fase entre 1 e 2 anos de idade, os acidentes em geral ocorrem no domicilio. As crianças com essa faixa etária são propensas às quedas, escaldaduras, ingestão de substâncias potencialmente nocivas, e afogamentos na banheira ou piscina.
“Lactentes e crianças de 1 a 2 anos necessitam de supervisão constante feita por adultos. A maioria dos acidentes graves em crianças pequenas pode ser prevista e prevenida por um adulto”, alerta o Dr. Ciola.
Já as crianças maiores sofrem uma gama diferente de acidentes, sobretudo como pedestres ou ciclistas, durante a prática de esportes ou por quedas ao escalar alturas.
Prevenção de acidentes e procedimentos de emergência:
Acidentes com pedestres: as crianças entre 5 e 9 anos estão sobre risco máximo, sobretudo na saída da escola. São incapazes de estimar a velocidade ou prever perigos do trânsito e situações perigosas. Embora seja importante conscientizar as crianças sobre os riscos, a prevenção primária deve ser feita com supervisão adulta.
Acidentes com passageiro: uso do cinto de segurança e cadeira adequadas para idade e posicionamento correto é fundamental para evitar acidentes no trânsito.
Acidentes com ciclistas: quando a criança aprende a andar de bicicleta as quedas são inevitáveis. Portanto, o uso de capacete de segurança é muito importante para evitar lesões graves. 
Lesões internas: muitas vezes aparentemente a criança não está machucada após um traumatismo intenso, porém, pode haver lesões internas. Nesses casos devem ser levadas ao Pronto Socorro imediatamente após o acidente para serem realizados exames.
Queimaduras e Escaldaduras: as queimaduras são a segunda maior causa de morte mais frequente na infância. Alguns cuidados para prevenir esse tipo de acidente são evitar que as crianças circulem perto de fogões, deixar os cabos das panelas sempre virados para dentro, e não deixar tomadas sem proteção. As crianças com grandes queimaduras deverão ser encaminhadas imediatamente ao Pronto Socorro.
Para queimaduras leves, ou seja, vermelhidão sem formação de bolhas provocada por contato leve com ferro quente, panela quente, etc., coloque a parte queimada embaixo de água corrente fria ou, se possível, dentro de uma vasilha com água fria por uns 5 minutos. Depois, apenas enxugue sem esfregar e envolva a área com uma gaze ou pano limpo e seco.
Não passe ou coloque nenhum tipo de produto no ferimento, como pomadas, pó de café, pasta de dente, e nem esfregue no cabelo.
Se a queimadura for mais intensa, com formação de bolhas, coloque a área afetada embaixo da água corrente por 5 minutos. Se for preciso, coloque a pessoa no chuveiro, usando sempre água fria. Depois de passados 5 minutos, envolva o corpo com um pano limpo e seco, sem esfregar, e leve a pessoa ao pronto-socorro imediatamente.
Se a queimadura foi resultante de contato intenso com fogo ou produtos químicos, leve o paciente imediatamente ao pronto-socorro.
E lembre-se: nunca fure as bolhas.
Afogamentos ou quase afogamentos: deixar uma criança sozinha em uma banheira, mesmo que só por alguns minutos, pode ser fatal. Mesmo as crianças maiores podem escorregar e ter dificuldade de se levantar em uma banheira cheia de água. As piscinas devem ter cercas ou redes que evitem o acesso. Ainda assim, a supervisão de um adulto sempre que estiverem perto do local é importante.
Intoxicação: crianças são curiosas e adoram experimentar coisas que desconhecem. Para evitar esse tipo de acidente, evite armazenar produtos de limpezas em garrafas PET de refrigerantes, não deixe produtos tóxicos ao alcance dos pequenos, guarde remédios em armários trancados. Caso haja ingestão de quaisquer produtos, seja limpeza, remédios ou outras substâncias, a criança deve ser imediatamente levada ao Pronto Socorro.
Engasgamento: crianças pequenas adoram levar objetos estranhos à boca e é comum engasgar ou sufocar com eles. Para evitar, não deixe peças pequenas por perto. Se ocorrer o engasgamento, estimule a criança a tossir e tente retirar da garganta se o objeto estiver à mostra. Caso contrário, leve imediatamente a um pronto socorro para que um profissional possa fazer a remoção adequadamente.
Traumatismo Crânio Encefálico: esta é a maior causa de morte em crianças. Em geral, para evitar esse tipo de trauma, não deixe as crianças sem supervisão de adultos. Lembre-se que os pequenos são rápidos e não tem noção do perigo. Verifique sempre a segurança do ambiente e a manutenção dos brinquedos. Mesmo parquinhos projetados para crianças podem oferecer perigo. Em casos de trauma, é mais importante entrar em contato com pediatra da criança ou levá-la ao Pronto Socorro.
Em qualquer caso de acidente com crianças, é importante os pais manterem a calma para socorrer a criança. Não é recomendado medicar a criança sem a orientação de um pediatra. Em casos de traumas leves, os pais podem observar a criança e ligar para o pediatra para pedir orientações. Se houver cortes profundos, lesões, intoxicação, queimadura, engasgamento ou outro trauma grave, a criança deve ser imediatamente levada ao Pronto Socorro.
TELEFONES IMPORTANTES
Verifique em sua região quais os telefones de emergência disponíveis como o da polícia, bombeiros, resgate (ambulâncias), e tenha-os sempre à mão. O ideal é anotar na agenda de seu celular e também fixar em um lugar de fácil acesso, como aporta de sua geladeira, por exemplo.
Para casos de intoxicação anote o número: 0800-0148110
Esse é o telefone do CEATOX-SP - Centro de Assistência Toxicológica do Instituto da Criança do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Atendimento 24 horas / todos os dias.
Ao ligar procure ter em mãos:
  • Idade do paciente
  • Peso do paciente
  • Como foi o contato com o produto
  • Há quanto tempo foi a exposição
  • Os sintomas que o paciente está apresentando
  • Informações sobre o produto - Tenha a embalagem em mãos
  • Um número de telefone para contato
Outro número de telefone importante é o 192. Ambos os telefones poderão lhe ajudar a prestar os primeiros socorros enquanto o serviço de emergência não chega ao local.
Colaboração : Dr. Paulo Sérgio Ciola, pediatra chefe do departamento de Pediatria do Hospital Ana Costa, e Dra. Giuliana Taveira, médica residente do segundo ano de Pediatria do Hospital Ana Costa

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Como escapar da anemia?


Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal. A hemoglobina é uma proteína muito importante que transporta o oxigênio necessário para o funcionamento de todos os tecidos do corpo.
Existem várias causas da anemia, mas a deficiência de ferro é responsável por 90% das anemias em crianças e adolescentes. O ferro é um nutriente que atua na fabricação das hemoglobinas.
A falta desse nutriente pode ocorrer em várias situações como em grandes perdas de sangue (traumas ou ferimentos) e pela dieta pobre em ferro, causa principal.
Criança aparentando cansaço ou sonolência debruçada sobre a mesa - Foto: dragon_fang/Shutterstock.com
A deficiência de ferro durante a gestação da mamãe aumenta o número de nascimentos prematuros e de baixo peso, porém, a quantidade de ferro no bebê ao nascer não é influenciada pela deficiência da mãe, com exceção dos casos de deficiência materna muito grave.
Uma importante observação: a alimentação inadequada faz com que a anemia por deficiência de ferro apareça em crianças que aparentemente gozam de boa saúde, como as mais “gordinhas”, e em todas as classes sociais. Os filhos irão comer os alimentos que os pais lhe apresentam.
Leite materno rico em ferro - Até os seis meses de vida o aleitamento materno exclusivo supre as necessidades de ferro da criança, não necessitando de qualquer forma de complementação e nem de introdução de alimentos sólidos.
No entanto, crianças que tomam leite de vaca têm maiores riscos de ter anemia. O leite de vaca tem pouca quantidade de ferro e este é menos absorvido que o ferro do leite materno. Por esse “simples” detalhe é que nunca devemos substituir o leite da mamãe pelo leite da vaca.
Bebê Prematuro - Atenção deve ser redobrada com os prematuros e os bebês que apresentaram baixo peso ao nascer. Por terem seu crescimento muito rápido, a necessidade de ferro é maior e a possibilidade de complementação desse mineral é grande.
Crianças de 6 a 24 meses, onde o crescimento e o desenvolvimento acelerados determinam uma necessidade de ferro em maior quantidade, tendem a desenvolver anemia. Além do crescimento acelerado, a introdução de alimentos deficiente em ferro pode contribuir para o aparecimento da doença.
Depois dos 2 anos, a taxa de anemia diminui, voltando a subir na adolescência em conseqüência do novo surto de crescimento e da alimentação inadequada.
O sintoma mais comum da anemia é a palidez nas mucosas, principalmente nas pálpebras dos olhos. Outros sintomas são a fadiga, fraqueza, falta de apetite, cansaço fácil ao se exercitar, sensação de tonteira e desmaio, falta de ar e desatenção e apatia na escola.
A anemia também prejudica o desenvolvimento físico motor, psicológico, cognitivo e de linguagem.
Se os pais desconfiarem de que seu filho esteja com anemia, devem levá-lo ao pediatra que pedirá um exame de sangue para diagnosticar a doença. Se a anemia for comprovada, provavelmente receitará ferro por via oral.
Ferro é o que não falta nesses alimentos! - A melhor forma de prevenção da anemia é o cuidado com a alimentação das crianças desde a introdução de alimentos que não seja o leite materno. Os alimentos ricos em ferro são a carne de vaca, frango e peixe, e o super alimento chamado Leite Materno. Use e abuse deles!
A absorção de ferro é aumentada quando ingerido com o acido ascórbico ou acido cítrico, encontrados nas frutas cítricas (laranja, acerola, limão). Alguns tipos de chá inibem a absorção de ferro, assim como o leite de vaca em excesso.
Hortaliças (folhagens, legumes, leguminosas, cereais) possuem ferro em quantidades pequenas e que são pouco absorvidas pelo organismo do ser-humano. Para que essa absorção seja potencializada existem alguns fatores, como por exemplo, o consumo regular de alimentos ricos em vitamina C.
Não tente elaborar uma dieta para seu filho por conta própria. Consulte um pediatra ou uma nutricionista para garantir que você esteja fazendo a coisa certa. Não brinque com a saúde de seu filho.
Se a deficiência de ferro for descartada, a anemia pode ter outra causa e precisa ser investigada. São causas da anemia a deficiência na produção de glóbulos vermelhos, doenças crônicas, doenças renais, leucemia, perdas de sangue, osteoporose, doenças hereditárias (ex: talassemia e a anemiafalciforme), doenças parasitárias (ex: esquistossomose e malária) e deficiência de vitamina B12.
Bruno Rodrigues

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Evitando intoxicações e envenenamentos de crianças


Quando as crianças começam a ter autonomia para se locomoverem, seja engatinhando ou quando começam a andar, há o momento de alegria e euforia de todos por conta dessa nova conquista do bebê mas surge um problema de segurança.
Crianças são muito curiosas e tudo que é novo desperta interesse nelas. Tudo para elas é chamativo, inclusive a embalagem dos medicamentos e produtos de limpeza. Para evitar que ocorra intoxicação, você deve tomar os seguintes cuidados:
    Criança com um pote de remédio aberto e despejando os comprimidos sobre a mesa - Foto: Thomas M Perkins/Shutterstock.com
  • Certifique-se de que os produtos devam ser guardados nas embalagens originais. Não misture o conteúdo em outras embalagens acessíveis. Guarde todos em prateleiras altas fora do alcance da criança ou em locais onde possa ser trancado à chave. Lembre-se que dependendo da criança, ela já será esperta o suficiente para empilhar caixas ou arrastar cadeiras para subir e tentar alcançar seu objeto de desejo. então não subestime a capacidade intelectual de seu filho.
  • Para limpar a sua casa, dê preferência para produtos com odor reduzido ou sem cheiro. Além disso, não potencialize o material com mais de uma fórmula (não misture produtos diferentes). 
  • Algumas plantas, como a conhecida Comigo Ninguém Pode, são tóxicas se ingeridas e o ideal é que não sejam mantidas em casa.
  • No banheiro, cosméticos, xampus, enxaguantes bucais, cremes dentais dentre outros também não devem estar ao alcance da criança. 
  • Na hora de dar algum remédio, verifique a validade e preste sempre atenção na dosagem receitada pelo médico
  • Ofereça apenas brinquedos que tenham o certificado do Inmetro. Algumas peças podem ser facilmente engolidas ou soltarem tinta que podem ser tóxicas. 
Telefones de emergência, como os do pronto-socorro e do Centro de Toxicologia do seu município, até mesmo do pediatra ou de um amigo que tenha carro para lhe ajudar em um deslocamento rápido, assim como telefones de taxistas devem estar em locais de fácil acesso, como por exemplo grudados na geladeira, assim, qualquer um poderá encontrá-los em caso de necessidade.
Para casos de intoxicação anote o número: 0800-0148110
Esse é o telefone do CEATOX-SP - Centro de Assistência Toxicológica do Instituto da Criança do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Atendimento 24 horas / todos os dias.
Ao ligar procure ter em mãos:
  • Idade do paciente
  • Peso do paciente
  • Como foi o contato com o produto
  • Há quanto tempo foi a exposição
  • Os sintomas que o paciente está apresentando
  • Informações sobre o produto - Tenha a embalagem em mãos
  • Um número de telefone para contato
Outro número de telefone importante é o 192. Ambos os telefones poderão lhe ajudar a prestar os primeiros socorros enquanto o serviço de emergência não chega ao local.
Marcelo Bragança

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Onde meu bebê vai dormir?

Depois de meses planejando e imaginando, finalmente o bebê nasceu! Chegou o dia de sair da maternidade e ir para casa, e então surge a pergunta: “Onde ele vai dormir? No berço? No moisés? No carrinho? No quarto dele ou no quarto do casal? Devo dormir com ele no quarto dele? Colocá-lo na cama do casal?”. 

A melhor decisão é aquela que funciona para você, pro casal, pra família e pro bebê. As adaptações podem e devem ser feitas quando preciso. É fundamental flexibilizar os planos para que seja possível mudar o que, na prática, não está sendo funcional.
É interessante pensarmos que, durante a gravidez, uma das maiores preocupações é com o quartinho do bebê. Mas quando ele nasce, muitos casais optam por colocá-lo para dormir junto com eles, pois deixá-lo dormir sozinho pode ser muito difícil. É curioso perceber que, na maioria das vezes, é a mãe que precisa se habituar a ficar longe do bebê, e não o contrário.
A proximidade física gera na mãe um sentimento de confiança e controle, como se por perto ela fosse capaz de antever qualquer problema e de proteger o filho de todo o mal. É difícil se separar, gera angústia e insegurança. Afinal, foram tantos meses sendo um só, que quando o bebê nasce leva tempo para enxergá-lo como outro. Além disso, é difícil abandonar a onipotência, e reconhecer que algumas coisas fora do nosso controle acontecem mesmo, e que não temos como prever ou evitar.

Não acredito em respostas prontas quando o assunto é maternidade. Cada caso é um caso, e cada família vive essa experiência de forma singular. Não é apenas o bebê que se adaptará à casa, aos pais, ao mundo real. O nascimento de um filho altera toda dinâmica familiar e é preciso tempo para que se reinstaure o equilíbrio.
As opiniões dos especialistas diferem: alguns afirmam que desde a primeira noite o bebê deve dormir em seu quarto, uma vez que, quanto mais noites ele dormir com os pais, mais difícil será sua adaptação para dormir sozinho. Outros sugerem que nas primeiras semanas ele durma no quarto do casal, mas em seu berço, sob supervisão dos pais.
Independente da solução aderida pela família, é fundamental que a criança durma em seu quarto assim que possível. Com o filho no quarto, a intimidade e a vida sexual do casal ficam comprometidas. Além disso, dormindo com os pais é mais difícil para a criança desenvolver o sentimento de independência. Para modificar os hábitos de sono do seu bebê, é essencial estabelecer uma rotina diária – todos precisam dela, principalmente as crianças!
Maria Cecília Schettino

terça-feira, 13 de maio de 2014

A criança e o mundo do faz de conta


C
om 4 ou 5 anos de idade, um dos passatempos preferidos das crianças é criar personagens. É através desses caracteres que eles desenvolvem a imaginação e a criatividade, e descobrem suas primeiras aptidões. O faz de conta é uma saudável brincadeira que deve ser incentivada pelos pais, que podem inclusive, participar propondo jogos e atividades.

“Adivinhe se puder”, teatro de fantoches, troca de papéis, “mocinho e bandido”, cidades e personagens imaginários, são exemplos de brincadeiras nas quais os pais se divertem brincando com seus pequenos, proporcionando um momento de verdadeira união familiar.
Para que a brincadeira seja ainda mais divertida, os pais podem improvisar cenários, adereços e situações diversas. Incentivar as crianças, levando-as em lojas de fantasias, é uma ótima oportunidade de saber mais sobre seus personagens favoritos.
Menina fantasiada de super heroi - Foto: Rob Hainer/ShutterStock
Quando a criança está representando, ela se sente livre para se expressar e colocar em práticas dúvidas que não colocaria num ambiente puramente real. Psicólogos afirmam que até a troca de papéis entre meninos e meninas é saudável, e uma ótima oportunidade de conhecer o seu oposto.
Fingir ser um personagem “inimigo do mundo”, por exemplo, e lutar contra os heróis, é uma maneira eficaz de desenvolver o senso de justiça, e distinguir o bem do mal. Da mesma forma, quando se fingem de monstros e fantasmas estão apenas tentando ser o que sabem, inconscientemente, ser impossível. É aí que entra a fantasia.
Uma boa dica é usar as brincadeiras de faz de conta para trabalhar os medos da garotada. Para os que têm medo de injeção, se fingir de enfermeira e cuidar de uma coleguinha pode ajudar a espantar o medo da agulha.
Paula R. F. Dabus

sexta-feira, 9 de maio de 2014

O meu filho tem dor na perna: é normal?

Na maioria dos casos a dor do crescimento passa espontaneamente e raramente necessita de medicamentos

A dor em membros é uma das queixas mais comuns em pediatria. É também conhecida como "dor de crescimento". Acomete crianças entre 5 e 13 anos de idade, podendo aparecer em crianças menores. Caracteriza-se por dor difusa
, com duração variável, de poucos minutos a algumas horas, ocorre mais no final do dia e localiza-se mais frequentemente na região anterior das pernas, atrás dos joelhos e nas panturrilhas. É comum a queixa de dor nos membros no final de um dia, após muitas brincadeiras ou quando volta da escola. A dor em membros benigna como o próprio nome diz não interfere com as atividades físicas rotineiras das crianças, ou seja, não a impede de brincar ou correr. Não é acompanhada de febre, redução do apetite ou do peso, queda do estado geral, fraqueza ou inchaço nas articulações. Entretanto, estas crianças podem apresentar dor de barriga (abdominal) e/ou dor de cabeça (cefaleia) concomitante.

Criança deitada com dor na perna - Foto: Pavel L Photo and Video/Shutterstock.com

A causa é desconhecida, porém alguns fatores podem estar relacionados com a queixa de dor, como fatores emocionais, distúrbios do sono e excesso de atividades extracurriculares na infância, como inglês, aula de música, natação, judô. Em geral são vistas como crianças perfeccionistas ou ansiosas. É comum observarmos que algum membro da família também tem dor crônica ou está em tratamento para alguma doença.

O diagnóstico de dor em membros benigna pode ser feita pelo pediatra através do exame físico e exames laboratoriais. Devem-se excluir todas as condições que provocam dor principalmente as causas traumáticas, ortopédicas, infecciosas, tumorais e hematológicas.

Os pais e pediatras devem estar atentos a alguns sinais de alerta como: dor em membros acompanhada de alterações do estado geral, febre, perda de peso e falta de ânimo; crianças que chegam a acordar na madrugada pela dor; crianças que mancam ao caminhar ou correr; que apresentam alterações locais como inchaço e calor; ou que apresentam dores localizadas e recorrentes devem ser avaliadas pelo especialista (reumatologista pediátrico), pois apresentam sinais e sintomas que podem indicar outra doença que não seja de caráter benigno como a dor em membros.

Em relação ao tratamento, na maioria das crianças a dor melhora espontaneamente ou com massagens e calor local. Raramente são necessários analgésicos por via oral. A prática de exercícios aeróbicos deve ser incentivada. Alguns pacientes podem precisar de acompanhamento psicológico pela frequência de distúrbios emocionais associados esta queixa.

Dra. Daniela Gerent Petry Piotto

quinta-feira, 8 de maio de 2014

O sono do bebê


bebe a dormirNos primeiros anos de vida, o padrão de sono do bebê é muito diferente do padrão de sono do adulto. Os bebês precisam de muito mais horas de sono para acompanhar o rápido desenvolvimento do sistema nervoso, e do seu crescimento em geral.
Os ciclos de sono de um recém-nascido duram cerca de 60 minutos e, durante os primeiros 2 anos de vida, aumentam para 90 minutos cada.
Um bebê recém-nascido não distingue ainda o dia da noite. Ele dorme por períodos de duas a quatro horas seguidas e acorda para comer.
Durante os primeiros anos da vida do bebê, o seu ciclo de sono apresenta três fases:
1ª - O bebê está quieto, com respiração regular e não se verificam movimentos oculares;
2ª -Chamada fase ativa, em que o bebê apresenta movimentos mas de olhos fechados, tais como expressões faciais, movimento lento dos dedos e corpo; além de movimentos oculares rápidos e respiração irregular.
3ª - Fase com um padrão pouco definido mas diferente das duas outras fases.
bebê a dormirRegra geral, um recém-nascido precisa de dormir cerca de 16 a 20 horas de sono por dia. Estes números vão diminuindo gradualmente, conforme os bebês vão crescendo. Um bebê com 6 meses precisa de cerca de 11h de sono sem contar com a sesta (preferencialmente duas sestas, uma de manhã e outra à tarde, de duas horas cada uma). Um bebê de um ano precisa de cerca de 10h de sono além da sesta (de preferência duas sestas, de uma hora e meia cada uma), enquanto um bebê de 3 anos precisa de cerca de 10h de sono e uma sesta de cerca de duas horas. Estes valores são estimativos, e variam de bebê para bebê.
A partir das 3 semanas, o bebê, apesar de ainda acordar para mamar durante a noite, já dorme por períodos mais longos. Desse modo, o sono noturno é maior, ficando mais deperto durante o dia.
Os bebês alimentados com leite em pó, podem dormir mais que os bebês que são amamentados simplesmente porque o leite em pó permanece mais tempo no estômago (leva mais tempo a digerir) deixando-os, consequentemente, saciados por mais tempo.
A partir de um ano de idade as crianças começam a querer resistir à hora de dormir, pois estão tão entusiasmadas com o novo mundo que as rodeia que a última coisa que querem fazer é dormir! Esta é a altura ideal para os pais criarem um ambiente calmo, sem grandes estímulos, de modo a que a criança sossegue e adormeça mais facilmente.
criança com birra na hora de dormirAos dois anos, atinge-se o “ponto crítico” no que toca à hora de dormir; nesta fase é normal que as crianças tentem ao máximo adiar a hora de deitar… qualquer coisa servirá de desculpa para ficarem mais uns minutinhos acordados!
É a partir daqui que é essencial criar bons hábitos de sono. Se ainda não foram estabelecidas regras específicas para cumprir à hora de dormir, é altura de fazê-lo!criança a dormir
Aos 3 anos de idade, a criança já tem uma vida muito ativa além de muita imaginação, o que pode propiciar um sono mais agitado, com sonhos e até alguns pesadelos. Para atenuar um pouco esta situação, é essencial que a hora de dormir seja encara com calma e num ambiente simples e pacífico. Se a criança tiver medo de adormecer porque o quarto se encontra muito escuro, deixe uma luz acesa, de fraca intensidade, até que adormeça.
criança sonolenta nas aulasNa adolescência é normal que durmam cerca de 9 a 10 horas por dia. Mas com a imposição de um horário escolar, em que normalmente têm de se levantar cedo, e com uma vida social mais ativa em que acabam por se deitar mais tarde do que deviam, o que acontece é uma diminuição no número de horas de sono. Esta diminuição reflete-se durante o dia através de sonolência e desejo de dormir durante o dia.
O sono, em qualquer idade, tem como finalidade regular e reparar o organismo. É essencial na regulação da temperatura corporal e nacriança a dormir recuperação do corpo e da mente.
Durante o sono, as crianças amadurecem física e psiquicamente, assimilando e organizando tudo o que aprenderam, além de restabelecerem energias para um novo dia.
Assim como comer, o sono é essencial à vida de qualquer ser humano. É por isso muito importante que desde cedo oriente o seu filho para que este estabeleça bons hábitos de sono. Ensine o seu filho a dormir! 


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terça-feira, 6 de maio de 2014

Treino de curta duração melhora destreza manual em bebês


Um protocolo de treino simples e de curta duração criado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) pode ajudar a desenvolver em bebês típicos e atípicos, de 3 a 5 meses de idade, a habilidade de alcançar (estender o braço até a mão tocar um objeto), podendo ou não segurá-lo.

De acordo com as pesquisadoras, esse tipo de intervenção pode prevenir problemas no desenvolvimento motor e cognitivo de crianças prematuras, com síndrome de Down, paralisia cerebral e mielomeningocele (espinha bífida).
“O alcance manual é fundamental para que o bebê adquira habilidades manipulativas, como pegar e explorar um brinquedo ou um alimento, e para se apoiar nos móveis e ficar em pé. É por meio da exploração dos objetos e do espaço, da percepção da textura, do peso e da maleabilidade ou rigidez do objeto que o bebê vai formando conceitos. O atraso no desenvolvimento da destreza manual pode resultar em problemas na idade pré-escolar, como dificuldades para segurar o lápis, compreender ou desenhar formas, calcular a força para manusear um objeto”, explicou Eloisa Tudella, pesquisadora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da UFSCar.
Tudella coordena o projeto “Influência do treino específico na emergência do alcance em lactentes a termo e pré-termo”, apoiado pela FAPESP e pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV) no âmbito de um acordo de cooperação entre as duas instituições. Resultados parciais foram apresentados no dia 13 de março, no 1º Seminário de Pesquisas sobre Desenvolvimento Infantil, na FAPESP.
“A técnica usada no estudo foi desenvolvida na prática, durante os atendimentos que realizamos no programa de intervenção precoce oferecido pelo Núcleo de Estudos em Neuropediatria e Motricidade (Nenem), da UFSCar. Decidimos levar essa metodologia ao laboratório, para constatar a efetividade daquilo que era observado clinicamente”, contou Tudella.
O trabalho de investigação foi, até o momento, realizado por três estudantes de doutorado. Andréa Baraldi Cunha avaliou o efeito do treino em condição de prática variada seriada em 30 bebês nascidos a termo, ou seja, entre 37 e 41 semanas e 6 dias.
Daniele de Almeida Soares avaliou o efeito do treino em condição de prática variada seriada em bloco em 36 prematuros tardios, nascidos entre 34 e 36 semanas e 6 dias.
Os efeitos do treino também foram verificados em 18 prematuros extremos, com 33 semanas de vida ou menos, durante o doutorado de Elaine Leonezi Guimarães.
As pesquisadoras explicaram para as mães o que era o alcance manual e pediram para ficarem atentas e avisarem quando os bebês começassem a manifestar esse tipo de movimento. “Entrávamos em contato via telefone com os pais dos bebês quando eles estavam com cerca de 2 meses. Além do contato telefônico com os pais, fazíamos visitas semanais, de uma a duas vezes por semana, para checar o início do alcance. Quando confirmado que o bebê iniciava o alcance manual, ele era trazido ao laboratório”, contou Tudella.
Os bebês nascidos a termo manifestaram os primeiros movimentos com, em média, 14 semanas de vida. A média dos prematuros foi de 16 semanas. “Embora os prematuros não demonstrassem atraso nas habilidades motoras grossas, como controlar a cabeça e o tronco, percebia-se um atraso nas habilidades motoras finas. Pode acontecer de esse bebê tentar pegar um objeto, não conseguir, se frustrar e desistir. Com o tempo, esse déficit no desenvolvimento vai se acumulando e, com mais idade, pode apresentar uma dificuldade maior que a observada aos 4 meses. Queremos prevenir que isso ocorra”, disse Tudella.
De acordo com Guimarães, quando se calcula a idade dos prematuros de acordo com a data prevista de nascimento, observa-se que esses bebês iniciam o alcance no período adequado, mas a qualidade do movimento é inferior. “Os movimentos não são tão fluentes, a posição das mãos não é a mais adequada. Não sabemos se eles vão se recuperar sozinhos pelo estímulo ambiental, mas por que esperar para ver o que acontece, se podemos prevenir e estimular um alcance mais habilidoso?”, questionou.
O treinamento
Nos estudos, os bebês eram divididos em dois ou três grupos. Um ou dois grupos eram submetidos à intervenção e outro grupo recebia apenas um “treino social”, ou seja, interagiam com as pesquisadoras sem estimulação dos membros superiores.
O treino pode ser realizado por um terapeuta ou pela mãe. O bebê deverá estar posicionado reclinado a 45°, em um bebê conforto ou no colo, para favorecer o alcance manual e a visualização dos objetos. É importante que o objeto seja leve e maleável para facilitar a apreensão. Ele deve ser colocado no campo visual do bebê. Deve-se então esperar que o bebê tenha percepção do objeto e tente praticar a ação de alcançar.
protocolo de treino apresentado pelas pesquisadoras inclui três atividadesA primeira consiste em levar o objeto no campo visual e conduzir a mão dele até o objeto.
segunda atividade consiste em posicionar a mão do bebê no campo visual, a fim de que ele toque o objeto. Caso o bebê não o toque, devem ser realizados estímulos táteis com o próprio objeto na mão do bebê a fim de estimular a ação de tocar e apreender o objeto.
Na terceira atividade, os membros superiores do bebê devem ser posicionados ao longo do corpoA seguir, são realizados estímulos táteis com o brinquedo no braço, no antebraço e na mão do bebê. Deve-se apresentar o brinquedo em sua linha média para que a criança possa alcançá-lo. Espera-se que o bebê estenda o braço em direção ao objeto e o toque.
“É preciso colocar o objeto a uma distância que o bebê possa alcançar e na linha média de seu corpo. O treino deve ser curto, pois crianças nessa faixa etária se cansam facilmente das atividades. Dessa forma, pode ser repetido várias vezes ao dia. O tempo de treino em nossos estudos foi de quatro e de cinco minutos de duração e com diferentes números de repetições. Ainda estamos estudando qual é a intensidade ideal para obter o melhor resultado, mas parece que o treino com maior número de repetições apresentou o maior efeito”, contou Tudella.
Os bebês eram avaliados antes e depois do treino. No grupo nascido a termo foram feitas, em dois dias, três sessões de treinamento de quatro minutos cada. Os prematuros tardios passaram por uma sessão de quatro minutos e os prematuros extremos, por uma sessão de cinco minutos.
As sessões de treino eram gravadas e, posteriormente, as pesquisadoras avaliavam variáveis qualitativas (alcance com uma ou com as duas mãos e se a mão estava na posição horizontal, oblíqua ou vertical, se estava aberta ou fechada e se o toque do objeto era feito com o dorso ou a palma da mão).
Avaliavam-se também as variáveis cinemáticas (duração do movimento, velocidade de movimento, índice de retidão, índice de desaceleração e número de correções no movimento feitas pelo bebê).
“A posição da mão deve variar de acordo com o objeto e a forma como este é apresentado. O bebê tem de aprender a moldar sobre o objeto de forma funcional. O bebê também precisa desacelerar o movimento quando a mão está próxima ao objeto para não derrubá-lo. Essas variáveis nós comparamos antes e após o treinamento”, explicou Tudella.
De maneira geral, contou a pesquisadora, o treino aumentou a frequência do alcance manual e o número de alcances bimanuais. Também aumentou o número de vezes que o bebê levava a mão ao objeto na posição vertical, considerada uma forma mais madura e efetiva de alcance por facilitar a apreensão do objeto. “Além disso, os bebês ficaram mais rápidos e com movimentos mais direcionados e precisos, com menor necessidade de correções”, contou Tudella. Entretanto, estudos futuros devem ser realizados para verificar a retenção dessa aprendizagem.
Segundo Cunha, um dos objetivos da pesquisa era mostrar que, com apenas uma sessão de treino, era possível obter resultados. “É um período de grande plasticidade no sistema nervoso central dos bebês, no qual a aprendizagem ocorre de forma muito rápida. É um método simples e que pode ser feito em casa sem gastos”, comentou.
De acordo com Tudella, a ideia é alertar e capacitar os profissionais de saúde e educadores para que eles possam detectar precocemente atrasos do desenvolvimento do alcance manual e, então, orientar os familiares a fazer o treinamento. “Estamos disseminando esses dados por meio de artigos, congressos, palestras, cursos e capítulos de livros”, contou.
Resultados parciais já foram divulgados em três artigos na revista Motor Control e um na Research in Developmental Disabilities. No momento, o grupo investiga o efeito do treino em bebês abrigados.
Pretendemos ainda realizar novos estudos com bebês com síndrome de Down, paralisia cerebral e mielomeningocele”, contou Tudella.
O artigo Effect of training at different body positions on proximal and distal reaching adjustments at the onset of goal-directed reaching: a controlled clinical trial pode ser lido em journals.humankinetics.com/mc-back-issues/mc-volume-17-issue-2-april/effect-of-training-at-different-body-positions-on-proximal-and-distal-reaching-adjustments-at-the-onset-of-goal-directed-reaching-a-controlled-clinical-trial.
O artigo The effect of a short bout of practice on reaching behavior in late preterm infants at the onset of reaching: A randomized controlled trial (doi: 10.1016/j.ridd.2013.09.028) pode ser lido em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0891422213004228.
O artigo Reaching Behavior in Preterm Infants During the First Year of Life: A Systematic Review pode ser lido em journals.humankinetics.com/mc-back-issues/mc-volume-17-issue-4-october/reaching-behavior-in-preterm-infants-during-the-first-year-of-life-a-systematic-review
Fernando Cunha
Agência FAPESP
Karina Toledo
Agência FAPESP

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Cuidados a ter com o bebê na limpeza dos genitais e do cordão umbilical


banho do recém nascidoOs bebês, mesmo os recém-nascidos, podem tomar banho todos os dias, embora não seja de todo obrigatório.
Nos primeiros dias de vida terá de ter mais cuidado com a zona do umbigo onde ainda se encontra parte do cordão umbilical (coto umbilical). Para isso, use uma esponja própria para lavar o recém-nascido, evitando encharcar o coto umbilical.
A higiene do cordão umbilical faz-se com uma gaze esterilizada embebida em álcool a 90 graus, de modo a desinfetar bem a área e promover a cicatrização. Este deve manter-se limpo e seco para evitar infeções.
Lembre-se que em cada muda de fralda deverá proceder à limpeza do cordão umbilical. Se o coto umbilical se encontrarhigiene na muda de fralda sujo de urina ou fezes, deverá primeiro ser lavado com uma esponja embebida em água e um pouco de sabão ou gel de banho do bebê. Só depois se aplica a gaze com álcool. Deve manter-se este cuidado até 48h após a queda do cordão umbilical.
A mãe ou o pai podem dar banho ao seu bebê a qualquer hora do dia, mas o ideal será ao fim da tarde, de modo a promover o relaxamento do bebê e uma melhor noite de sono.
A limpeza de áreas como os genitais e a cara deve ser feita diariamente, sendo os genitais limpos a cada muda de fralda.
Higiene dos genitais do bebêA limpeza da zona genital, nas meninas, faz-se sempre da frente para trás. Pode limpá-los com um algodão embebido em água morna ou óleo de bebê. Pode ainda usar toalhetes de limpeza próprios para bebê, sendo preferível usar estes últimos só quando se encontra fora de casa, pois o seu uso continuado pode irritar a pele do bebê.
Não é obrigatório colocar pasta ou creme a cada muda de fralda, exceto se a pele do bebê tiver assaduras. A higiene deve ser cuidadosa mas não excessiva.
bebê recém nascido após banho
No primeiro mês de vida das meninas, é normal que ocorra um fluxo com uma pequena quantidade de sangue, parecido à menstruação. Isto é perfeitamente normal e nada mais tem de fazer senão limpá-lo.
Nos meninos, deve fazer uma limpeza apenas da zona externa dos genitais. Pode exercer-se ligeira tração do prepúcio (pele que cobre a glande), de modo a não provocar desconforto ao bebê. O prepúcio não deve ser descolado pelos pais para conseguir uma melhor higiene. Só o médico está capacitado para o fazer de modo a não trazer sequelas para o bebê mais tarde.
E lembre-se que uma higiene cuidada do bebê é meio caminho andado para o manter saudável!

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