quinta-feira, 25 de setembro de 2014

É virose!

É muito comum a criança amanhecer manhosa, com choro, um pouco febril e sem aquela disposição de sempre. E os pais, ao procurarem um pediatra, escutam a frase clássica: “é uma virose.” Afinal, o que é essa tal virose? Segundo especialistas, trata-se de um grupo de doenças causadas por vírus, cujos sintomas mais comuns são justamente a febre, a falta de apetite, o abatimento – ou prostração, como costumam dizer –, irritabilidade, dores de cabeça e no corpo todo, vômitos, espirros, coriza, tosse e, em alguns casos, até mesmo diarreia e feridas na boca e na pele – incômodos que podem aparecer isoladamente ou combinados e que variam conforme os vírus causadores e do órgão ou sistema atingidos.

Os vírus mais comuns são o rinovírus, do resfriado comum; enterovirus, da gastroenterite aguda; sincicial respiratório, causador da bronquiolite viral aguda; os da família Herpes Virus, da varicela ou catapora e gengivoestomatite; e influenza (gripe). Por isso, as viroses mais comuns são aquelas do trato respiratório, principalmente a rinofaringite aguda, mais conhecida como resfriado comum.

“As chamadas viroses banais ou benignas, em que os sintomas são menos intensos e a criança preserva seu bom estado geral, podem durar até sete dias”, explica o pediatra Sergio Eiji Furuta, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Nesses casos um bom exame clínico dispensa testes complementares, de laboratório, que geralmente são traumatizantes para as crianças.”

Segundo pediatras, a febre não se manifesta com a mesma intensidade em todos os tipos de doença e nem de maneira igual em todas as pessoas. Porém, de maneira geral, é possível afirmar que, nas viroses respiratórias a febre é baixa, em torno de 38 graus, persistente, principalmente nos primeiros três dias da doença. “Um elemento que pode auxiliar a família num julgamento preliminar – mas que não dispensa a avaliação do pediatra – é o estado geral da criança. Em regra, aquelas ativas e bem dispostas durante a enfermidade, principalmente nos intervalos em que está sem febre, tendem a apresentar diagnóstico de menor severidade”, explica Guilherme Sargentelli, pediatra do Prontobaby - Hospital da Criança, do Rio de Janeiro.

A temperatura do pequeno, aliás, é um aspecto importante para os médicos diferenciarem uma virose de doenças bacterianas ou outras mais graves. Em caso de infecção, a febre geralmente é alta e contínua, muitas vezes não cedendo nem com o uso de antitérmicos. “Nas viroses, a febre geralmente é baixa, cede com antitérmicos ou banhos, piora à noite e dura poucos dias. A criança não fica muito abatida. Bem diferente das infecções bacterianas, nas quais a febre costuma ser alta e contínua, com muita prostração, perda de apetite, só melhorando com antibióticos”, explica Furuta.

Nada de pronto-socorro

Segundo os médicos, é preciso ter muita calma nessa hora. Não há necessidade de correr para o pronto atendimento, assim que surgir o primeiro sintoma de virose. O ideal, segundo a pediatra Márcia Martins Marquesan, do Serviço de Controle de Infecção do Hospital da Criança Conceição, de Porto Alegre, é buscar o atendimento pelo pediatra da criança e não correr ao serviço de emergência. “Se a criança fica bem nos períodos sem febre, consegue brincar, alimentar-se, mesmo que em menor quantidade e não apresenta nenhum sinal de gravidade, como falta de ar,  pequenas manchas vermelhas na pele, vômitos, desidratação e irritabilidade excessiva, os pais podem aguardar de 24 a 48 horas por uma consulta com o seu pediatra”, diz. Segundo ela, quando o médico já conhece a criança, sabe como fica seu estado quando adoece e isso facilita o diagnóstico e o tratamento.

Embora, para muitos, o mais adequado pareça ser procurar ajuda no pronto socorro numa hora dessas, não é. Como explicam os pediatras, esses serviços de emergência devem ser preservados para o atendimento a casos graves e urgentes. “E como a procura é grande, o pediatra de plantão nem sempre tem tempo para explicar direitinho aos familiares o que é uma virose”, destaca Sergio Furuta. Além disso, segundo eles, as famílias e profissionais devem caminhar em direção ao estreitamento da relação médico-paciente em ambulatórios para o acompanhamento de rotina. “Esse vínculo permite, por exemplo, informação, segurança e tranquilidade suficientes para enfrentar situações como essas”, reforça Guilherme Sargentelli.

Como a virose é geralmente benigna, o tratamento consiste no controle dos sintomas: antitérmicos ou banhos, quando há febre, repouso em vez de maior esforço físico, hidratação adequada e alimentação leve. É necessário ressaltar que a dieta deve ser de fácil digestão, preferencialmente líquida, com leite, laticínios e sucos naturais de frutas. E tudo isso conforme as medidas prescritas pelo pediatra. O importante, como destaca Sergio Furuta, é nunca dar  antibióticos por conta própria à criança, porque esses medicamentos não combatem problemas causados por vírus e, ainda por cima, aumentam a resistência bacteriana.

E apesar de muitos pais fazerem de tudo para proteger seus filhos de todas as doenças, inclusive as de menor gravidade, é impossível evitar doenças virais. “É normal a criança apresentar episódios de doenças virais ao longo da infância. Dentro de uma média geral da população infantil, isso não constitui nenhum comprometimento do sistema imunológico”, ressalta Guilherme Sargentelli.

Para Márcia Marquezan, mais importante que tentar “blindar” a criança contra a troca de vírus no ambiente de convívio com outras crianças, é o incentivo a hábitos de higiene, como lavar as mãos, objetos e brinquedos, e o uso individual de utensílios como mamadeiras, copos, chupetas. Além disso, evitar a ida da criança à escola enquanto estiver doente, principalmente logo no começo dos sintomas, quando a transmissão dos vírus é mais intensa. “O sistema imunológico infantil vai se fortalecendo com o passar do tempo, principalmente depois dos 2 ou 3 anos de idade. Hábitos saudáveis de higiene, alimentação adequada, aleitamento materno, vacinação em dia e não exposição ao tabagismo no ambiente doméstico são essenciais para a saúde das crianças em qualquer faixa etária, principalmente quando o sistema imunológico ainda é imaturo”.

Para Furuta, uma maneira eficaz de prevenir as doenças virais é a vacinação. “Pena que não existem vacinas disponíveis para todas as viroses”, lamenta. Assim, as crianças devem ser mantidas em ambientes arejados, ventilados, sem a troca ou utilização conjunta de copos, talheres, toalhas e lenços. E, se apresentarem uma virose e ainda não tiverem sido avaliadas e liberadas pelo pediatra, não devem ser encaminhadas à escola. Assim, evita-se o contágio da doença pelos coleguinhas – as viroses são transmitidas desde o início dos sintomas – e também de não adquirir outro tipo de infecção, principalmente bacteriana, enquanto o organismo estiver debilitado pela virose.

O desaparecimento dos sintomas também depende do tipo de vírus. Em geral, a febre desaparece depois de três dias. Os demais vão enfraquecendo até que, depois de sete dias, não haja mais vestígios.

Cida de Oliveira.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Banho de ofurô para o bebê

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A banheira é um dos presentes mais tradicionais para a lista de presentes do bebê, mas o item vem disputando espaço com o baby balde, também conhecido como ofurô de plástico. Criado em 1997 por obstetras e parteiros de maternidades da Holanda, o baldinho oferece ao recém-nascido (e bebês de até 6 meses de idade) uma transição tranquila do útero para o mundo. Segundo especialistas, quando os pequenos entram em contato com a água na hora do banho, logo se lembram do meio aquático do útero, um lugar fechado, escuro, quente e seguro. Como o ofurô remete a essa sensação intrauterina, os banhos sãos mais tranquilos e acalmam os bebês. "Eles ficam em posição fetal, com pernas e braços encolhidos, submersos do pescoço para baixo e relaxam automaticamente", revela Ana Cristina, parteira do Gama - Grupo de Apoio à Maternidade Ativa.

As diferenças em relação a uma bacia comum aparecem na sua base interna bem arredondada, nas alças e nas bordas reforçadas — adaptações realizadas para aguentar o peso da criança. Alguns pediatras notaram esses benefícios e chegaram a adotar o banho de balde até nas maternidades.

Como dar banho em recém-nascidos
Nas primeiras semanas, você pode envolver o corpo do seu bebê com uma manta fina de algodão e banhá-lo enroladinho, para promover ainda mais a sensação de aconchego. Na hora da higiene, retire a manta e passe o xampu e o sabonete. Nas primeiras vezes, o banho pode ser dado por dois adultos. Enquanto um segura o bebê pelas axilas, o outro se encarrega de lavar a criança com suavidade. Quando o bebê começa a ficar mais "durinho", torna-se mais fácil para a mamãe dar o banho de balde sozinha.

Dica
A mãe também pode optar por dar o banho de higiene na banheira e destinar o ofurô apenas para ocasiões em que o bebê esteja mais agitado, com aquele chororô, para acalmar o pequeno. Mas nada impede que você dê o banho no ofurô todos os dias até o bebê completar seis meses de vida ou mais — hoje já existem opções para crianças de até 4 ano de idade!

Márcia Bindo

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Dentro do útero, o bebê em ação

É gostoso saber que o seu filhote, conforme vai crescendo dentro da barriga, exercita-se, esticando as pernas e braços, abrindo e fechando as mãos, pegando e soltando o cordão umbilical. Ele gira em torno dele mesmo, muda de posição o tempo todo e gosta de ouvir seu coração. Pois é, mamãe, quando ele escuta o bate-bate, fica calminho, calminho. “Isso só acontece depois da 10ª semana, quando ele se torna um feto. Antes disso, é considerado embrião e fica apenas flutuando naquela piscina chamada útero”, explica o médico Breno José Filho, chefe de serviço da Obstetrícia do Hospital São Lucas da PUCRS, no Rio Grande do Sul. “Antes das oito semanas, tudo é muito lento”, reitera  a médica Rita Sanchez, da equipe da Medicina Fetal do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.

Por esse motivo, apenas 8% dos movimentos do bebê, desde a sua formação até a hora do parto, são notados pelos pais. Os demais 92% passam despercebidos. E quanto mais o pequeno se mexer, mais saudável ele estará. “A diminuição dos movimentos é um sinal de alerta, pois pode significar carência de glicose ou oxigênio. Nessa condição adversa, o feto tentará economizar energia e ficará quieto”, avisa. Mas, para se assegurar de que tudo está em ordem, basta manter os exames em dia e curtir essa animação toda do seu bebê.

Bate, bate, coração
O coraçãozinho é um dos primeiros órgãos a aparecer no corpo do embrião, mas, pera lá, é difícil de ouvir seus batimentos. “Por meio de exames realizados com ultrassons de última geração, é possível escutá-los a partir de seis semanas. Sem tanta tecnologia, somente a partir da 12ª semana”, estima Rita.

Dedinhos na boca
Não raro, o feto chupa o dedo do pé, da mão, às vezes o braço todo e coça as genitálias. Nada fora do comum! “Quanto mais ações ele fizer dentro do útero, maiores serão os indícios de que ele está saudável. A primeira pergunta que faço às mamães que chegam ao meu consultório é: como está o movimento do bebê”, afirma José Filho. E se você pensar: mas ele não vai engasgar? Não! Segundo a médica Rita Sanches, o reflexo de sucção está sendo treinado gradativamente. “Mesmo que ele não coloque o dedo na boca, podemos ver o movimento de sucção da língua e a deglutição do líquido amniótico. Não há problema quanto a isso. É como se fosse um treinamento para mamar e não significa, necessariamente, que a criança vai chupar dedo depois de nascer”, tranquiliza.

De olhinhos bem abertos!
O que você faz quando abre os olhos dentro de uma piscina? Fecha rapidamente, pois a água incomoda, certo? O feto também! A partir de 23 semanas, o bebê pode piscar lá dentro do útero, mas conseguimos ver esse movimento geralmente no final da gestação, com piscadas bem mais rápidas que no mundo aqui fora. “É tudo muito escuro ali. Eles abrem e fecham repetidamente, mas não dói, não coça e nem faz mal”, garante Breno.

E de ouvidos aguçados!
Pois é, mamãe: o feto começa a escutar a partir da 33a semana e não para mais. Ele escuta tudo lá dentro do seu corpo: o intestino, seu coração, respiração,estômago... “E também os sons externos, que chegam alterados, abafados. Experimente ouvir algo dentro de uma piscina: deve ser assim que o feto escuta”, compara Rita. Por outro lado, pesquisas feitas em hospitais e universidades mostram que o feto consegue reconhecer o timbre desses sons, após o nascimento. “O que eles mais ouvem é o batimento cardíaco da mãe, durante os 9 meses, portanto, é o que vai acalmá-lo, pois ele lembrará desse som e se sentirá seguro. É por isso que eles ficam quietos quanto os seguramos no colo e encostamos no peito”, esclarece a médica. E não é só isso: de acordo com Breno, eles podem se acostumar com sons que relaxam, como uma música, por exemplo. “Sempre oriento as mamães que coloquem, próximo à hora de dormir, uma música leve”.

Falando em hora de dormir...
“O feto dorme tranquilo na barriga da mamãe. Mas, nem sempre a soneca coincide com a dela. É um soninho leve e de curta duração”, explica Breno. Como flagrar o descanso? Com exames da frequência cardíaca do feto, que podem ser feitos a partir da 20ª  semana. Eles conseguem mostrar em que momento do dia seu bebê gosta de tirar um cochilo.

Estica daqui, estica dali, boceja e soluça!
De acordo com a ginecologista e obstetra Flávia Fairbanks, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, a partir da 10ª semana gestacional, o feto pode se exercitar, esticando pernas e braços, abrindo e fechando as mãos, segurando o cordão umbilical... O bocejo e soluço também são comuns durante a gestação. “Eles aparecem mais acelerados do que os de uma criança ou adulto. Estudos apontam que existem dois tipos de movimentos: os grosseiros, como o pontapé e as cabeçadas, que são os mais fortes que a mamãe sente. E os movimentos mais finos, que são a maioria e, muitas vezes, nem são perceptíveis”, distingue o professor.

Muita conversa e massagem
Quando alguém toca na barriga, ele sente. Quando fazem um exame de ultrassom, ele sente. Quando a mãe conversa com o feto, nossa, ele sente muito mais! “Se a posição não permite que o médico veja alguma parte do corpo, é possível balançar o transdutor (dispositivo utilizado para realizar o ultrassom) e o feto responde mexendo e, muitas vezes, “chutando o ultrassonografista”. Se a mãe deita de lado e comprime a barriga, encostando nele, irá reagir chutando. O bebê não está obrigatoriamente incomodado, apenas percebe que mexeram com ele”, explica Rita. A movimentação diária da mãe, levantando, sentando, deitando, faz com que a parde uterina toque o feto várias vezes e isso proporciona a ele uma ideia de que há algo “ massageando-o” . Já quando escutam a mamãe conversando, sente-se protegido. “Por isso é tão importante massageá-lo quando bebê. O gesto transmite segurança. Quando são gêmeos, sabem que há algo do lado deles chutando, e a membrana que os separa funciona apenas como um “ lençol” entre eles. Quando nascem e ficam no berço sozinhos, devem pensar: cadê aquele que me chutava a toda hora? Por isso, é importante colocar os gêmeos pelo menos algumas horas por dia no mesmo berço, encostadinhos”, aconselha a médica.

Antes de ficar nervosa, pense nele!
“Quando a mãe fica tensa, provoca uma descarga de adrenalina, o hormônio do estresse, no sangue, que pode passar para a placenta e acelerar o batimento cardíaco do feto. Ela pode ter contrações também, o que não seria bom ocorrer precocemente”, avisa Rita.

Alessandra Bedin.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Cuidados na segunda gravidez

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Ter um segundo filho envolve muitas questões emocionais, financeiras e, principalmente, físicas. Portanto, mesmo que o casal ainda não tenha decidido se aumentará a família no futuro, a mulher deve começar a preparar o corpo para uma possível segunda gestação logo depois do parto. Manter o peso ideal depois da primeira gestação e deixar controladas as doenças prévias, como diabetes ou hipertensão, é fundamental para engravidar novamente sem problemas. “Estar com a saúde estabilizada é a chave do sucesso para uma gravidez tranquila”, afirma Sérgio Floriano de Toledo, professor mestre de Obstetrícia da Faculdade de Santos e diretor da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo.

Depois de ter gestado um bebê por nove meses, o organismo da mulher sofre algumas alterações que podem interferir na próxima gestação. Ela geralmente fica com as mamas e a musculatura abdominal mais flácidas (é por isso que a barriga da segunda gestação aparece mais rápido), tem maior acúmulo de gordura na região da bacia e pode sofrer com as varizes nas pernas. Além disso, os tecidos do períneo (em caso de parto normal da primeira gestação) e a parede abdominal (no caso de cesárea) precisam de um tempo para se recuperar do parto, segundo o ginecologista e obstetra Carlos Dale, da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. A mulher deve respeitar o puerpério, período de repouso após o parto, para que esses tecidos completem a cicatrização de maneira adequada. Isso deixará seu corpo mais preparado para a próxima gestação e poderá influenciar no tipo de parto que terá.

Sem surpresas
O intervalo entre uma gestação e outra deve ser levado em consideração, e ele deve ser de pelo menos um ano. “Quando esse tempo é curto demais, o organismo materno pode não estar pronto, do ponto de vista anatômico, hormonal e emocional, para gerar uma nova vida, podendo causar até aborto”, alerta o Sérgio Toledo. Mesmo que, na segunda vez, a mulher não sofra tanto com as alterações emocionais e a ansiedade, é preciso preparar bem o corpo. Assim como foi feito na primeira gravidez, isso evitará surpresas e problemas ao longo dos nove meses. Fora os exames básicos de rotina, existem alguns cuidados que as mulheres precisam tomar exatamente por se tratar da segunda gestação. A seguir, mostramos o checklist completo de tudo o que deve ser feito cerca de três meses antes de engravidar:

Exame ginecológico
O Papanicolau (coleta de células) e a colposcopia (que vê o colo do útero através de um aparelho) devem ser feitos para verificar se a mulher já está preparada para uma nova gestação e também para prevenir o câncer ginecológico. Esses exames devem ser feitos anualmente por todas as mulheres.

Ultrassom mamário e mamografia
Nas mulheres com menos de 35 anos, o ultrassom nas mamas identifica possíveis nódulos e alterações no tecido mamário. O exame é indicado para as jovens, pois o tecido dos seios é mais denso. Nas mais velhas, a mamografia cumpre essa função. O exame usa a radiação e a compressão moderada dos seios para analisar o tecido, que terá mais gordura com o passar dos anos.

Hemograma
Fazer um exame de sangue completo é essencial para a mulher que quer engravidar, principalmente para identificar a anemia. Os níveis de ferro no sangue da futura mãe devem estar normalizados, já que no início da gestação a produção de sangue da mulher aumenta de 20% a 40%.

Sorologia
O exame de sangue também deve analisar as sorologias de praxe, como toxoplasmose, hepatites, Aids, sífilis e rubéola. Caso a sorologia dê negativa (ou seja, a mulher não tem anticorpos contra essas doenças), deve-se procurar um posto de vacinação, atualizar as vacinas e realizar novamente o exame.

Tipagem sanguínea
Analisar a tipagem sanguínea da mãe depois da primeira gestação é muito importante para descobrir se a mulher produziu o fator Rh. É ele que causa a eritroblastose fetal, quando o corpo da mãe destrói as hemoglobinas do bebê e pode levar à morte. Se na primeira gestação a mulher gerou um feto com Rh diferente do dela, deverá tomar, logo após dar à luz, uma injeção de gamaglobulina, que acaba com os anticorpos produzidos contra o fator Rh do feto.

Urocultura
A coleta da urina deve ser feita para eliminar a possibilidade de a mulher ter alguma infecção urinária antes da gestação. A urocultura analisa também qual o antibiótico indicado para o tratamento, se necessário.

Ácido Fólico antes e durante
Mesmo com todas as indicações para o consumo do ácido fólico antes e durante a gestação, uma pesquisa realizada pelo professor de obstetrícia e especialista em medicina fetal Eduardo Borges da Fonseca mostrou que apenas 13,8% das mulheres tomaram a vitamina antes de engravidar. Deve-se ingerir ácido fólico de 30 dias antes da fecundação até o fim da 12ª semana de gestação. Essa medida simples previne a malformação do tubo neural do feto, evitando a anencefalia e a espinha bífida (quando os nervos da medula espinhal ficam expostos). Hoje, um a cada mil bebês nasce com um desses problemas no Brasil. O uso do ácido fólico diminui os riscos em até 75%.

Preparo mental
Ter o segundo filho exige muito do corpo da mulher, mas as mudanças emocionais serão mais suaves do que na primeira gravidez. O medo do parto é menor, você sabe que o enjoo vai passar e que ver o barrigão crescer é indescritível. Mas, assim como a primeira gravidez é cheia de novidades, a segunda também trará situações inéditas para você.

Amor de mãe
Aquela história de que sempre cabe mais um é verdade. Você não amará menos o seu segundo filho. A relação de vocês pode ser diferente da que você tem com o primeiro, mas isso não significa menos amor ou uma situação ruim.

Ciúme
O primeiro filho terá de se adaptar a um bebê, que exige cuidados e atenção. A família pode enfrentar um período difícil enquanto o primogênito descobre o irmão. Mas, com algumas técnicas simples, tudo entrará nos eixos: permita que o irmão mais velho participe da escolha do nome e deixe-o brincar com outros bebês.

Tempo
Do mesmo jeito que você se organizou com a chegada do primeiro filho, conseguirá se adaptar ao segundo. Lembre que agora você já não é mais inexperiente, e saberá lidar melhor com as situações.

Mari Sivelli.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Bazar Kasa da Gestante

Mamãe,

Não perca essa oportunidade!

Bazar Kasa da Gestante nos dias 19/09 a 30/09.
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Nesse mês de setembro você concorre a uma cinta de gestante.

Tudo para mamãe e seu bebê!



Gravidez sem ansiedade

A expectativa que envolve as últimas semanas de gestação é grande mas, dá para driblá-la com alguns truques de relaxamento. Aprenda a curtir o final da gestação com mais leveza.

Semana a semana você acompanhou sua barriga crescer, sentiu o bebê mexer dentro dela, observou o seu desenvolvimento através de ultrassonografias e preparou cada detalhe para a sua chegada. Mas, então, você se encontra nas últimas semanas da gestação e parece que o tempo parou de vez, não é mesmo?É muito comum sentir-se ansiosa nesse período. Você não vê a hora de conhecer o rostinho do ser que você amou desde o primeiro momento em que descobriu que estava grávida. Além disso, tem todo o desconforto do barrigão que já não te deixa encontrar posições na hora de dormir, sem contar o nervosismo por não saber ao certo quando e como será o parto. Por isso, selecionamos 11 dicas especiais para você relaxar e curtir esse finalzinho de gestação de uma maneira gostosa e divertida.

Presenteie-se com uma massagem
Que tal uma bela massagem relaxante? “A drenagem linfática contribui para a eliminação do excesso de líquidos e toxinas pela urina, além de aliviar tensões, dores musculares, inchaços e aumentar a imunidade da grávida”, afirma a fisioterapeuta especialista em Saúde da Mulher Polyana Martucci Mayer, de São Paulo. As pressões suaves feitas durante a massagem ajudarão a eliminar o excesso de líquido e, de quebra, dar uma boa relaxada. Mas não se esqueça de perguntar ao seu médico se você está liberada para fazer a drenagem linfática.

Escreva uma carta para o seu bebê
Esta é uma deliciosa forma de mandar embora a ansiedade por conhecer logo o seu filho. Sente-se tranquila e deixe a emoção vir à tona. Escreva sobre como você está se sentindo, sobre como ele foi planejado e como é desejado por você. Aos poucos, você vai se conectando com seu filho e deixará registrada uma carta muito especial que poderá ser lida para ele, anos mais tarde.

Namore bastante
Ok, você está se sentindo enorme, inchada e cansada. Mas estes não são motivos para deixar de namorar o seu companheiro. O momento é único, você está gerando uma vida, algo que só uma mulher pode fazer, então, sinta-se poderosa e ainda mais feminina. E se você acha que a barriga impede a curtição, saiba que existem muitas posições prazerosas e confortáveis. O sexo está proibido nesse final de gestação? Não tem problema! Beijar e acariciar é uma delícia, e vai te deixar relaxada e muito feliz.

Divirta-se com filmes
Rir é relaxante, então, que tal ir à locadora para alugar algumas comédias? Pegar um cineminha também pode ser um programa bem interessante para desestressar.  E, se você já tiver entrado de licença-maternidade, pode aproveitar as sessões exibidas no período da tarde que são bem mais tranquilas. Aliás, nesses horários, existe o Cinematerna, onde você encontra mães com seus bebezinhos e fica ainda mais inspirada com a maternidade.

Faça um check list
O que ainda falta fazer para a chegada do bebê? Prepare uma lista com tudo o que você acha que seja fundamental estar pronto antes dele nascer. Roupinhas lavadas, quarto montado, cadeirinha para o carro, mala da maternidade, lembrancinhas, enfeite de porta, fraldas... ufa! É mesmo muita coisa e só com uma listinha mesmo para darmos conta de não esquecer nada.

Crie uma cápsula do tempo
Escolha uma caixa bem bonita – de preferência que possa ser trancada – e guarde lá coisas que lhe tragam boas memórias sobre a sua gravidez. Pode colocar um CD com as músicas que você tem ouvido, pedaços de jornais e revistas desse período, fotos marcantes, impressões de coisas que você postou na internet – em seu blog ou rede social – ou que alguém tenha escrito para você e não se esqueça do exame de gravidez com aquele lindo resultado positivo. Também é legal deixar lá alguns objetos que possam ter marcado esses meses de gestação ou, até mesmo, algumas notas e moedas para que, daqui há 10 anos, quando você e seu filho forem abri-la, vejam como as coisas mudaram nesses anos que se passaram. É muito importante guarda-la em um local bastante seguro para só abri-la na data planejada. Será emocionante rever esses itens depois de tanto tempo.

Leia um bom livro
Depois que o bebê nascer você vai passar uns alguns dias tentando se adaptar à nova rotina, acordando à noite para amamentar e correndo para dar conta de tudo. Ter a oportunidade de ler um livro novamente poderá demorar um pouco. Então, aproveite estas últimas semanas para se dedicar a um livro e povoar a cabeça com boas ideias.

Faça um book
Guarde como recordação um book com fotos lindas do seu barrigão. Pode acreditar, depois do parto, você sentirá falta dele e de como conseguia sentir seu bebê se mexer lá dentro. Vale pedir a ajuda do marido ou de uma amiga, se não tiver condições de pagar um profissional para fazer os registros.


Planeje o pós-parto
O pós-parto é um momento de adaptação e muito emoção. Ninguém costuma pensar nisso, mas planejá-lo pode ser fundamental para que ele transcorra sem estresse. Faça uma lista com orientações sobre quem e a partir de quando poderá visitá-la e de que forma avisá-los. Sugira quem você gostaria que ficasse ao seu lado para ajudar com as tarefas. Cozinhar nos primeiros dias com o bebê em casa é um grande desafio, então, deixe alguns pratos congelados no freezer para facilitar a sua vida.


Saia para caminhar
Caminhe sem pressa, curta a paisagem e respire tranquilamente.  Aproveite e convide seu companheiro para ir junto e faça um romântico passeio de mãos dadas. A feira de sempre, a praia, ou até mesmo as ruas do bairro podem ser algumas paradas bem agradáveis. Compre algumas frutinhas e aproveite para comer um pastel com caldo de cana geladinho. Hum...Exercícios moderados são ótimos para gestantes e, na reta final – após 37 semanas – , podem ajudá-la a entrar em trabalho de parto.


Curso de papinhas
Ok, seu bebê só começará a comê-las depois dos 6 meses de idade, mas que tal aproveitar o tempo agora para aprender a prepará-las? E, melhor ainda, se puder fazer isso sem sair de casa. O curso on line Como fazer Papinha Orgânica, com a chef Luana Budel, oferece 4 aulas em vídeo com a possibilidade da participante tirar suas dúvidas com a professora. Está disponível no site Gastronomia Sustentável.

Alessandra Rebecchi Feitosa


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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Como combater uma febre alta e persistente

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A febre não é uma doença e, sim, um sintoma que mostra que devemos ficar alertas. Ela vive cercada de mitos e às vezes são usados métodos poucos ortodoxos para combatê-la. A seguir, esclarecemos as principais dúvidas para que não só as crianças mas também os adultos possam dormir em paz.

O que é
Segundo a chefe de neonatologia do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, Desirée de Freitas Valle Volkmer, a febre é uma reação do organismo. "O processo acelera a produção de glóbulos brancos e de substâncias que combatem infecções. A elevação da temperatura faz parte do processo natural de combate." A temperatura corpórea considerada ideal varia de 36°C a 36,7°C. "Geralmente, ela é mais baixa pela manhã e mais alta no fim da tarde ou à noite. Alterações de até 1 grau podem ser absolutamente aceitáveis em condições normais", esclarece. É por isso que, quando a temperatura está entre 37°C e 37,5°C, a criança está subfebril ou com febrícula. A febre é caracterizada por temperaturas acima de 37,5°C a 37,8°C.

Porque aparece
O sintoma pode estar associado a uma série de doenças, mais comumente infecções bacterianas ou virais. De acordo com Sergio Eiji Furuta, especialista em pediatria e homeopatia e diretor da Associação Paulista de Homeopatia e da Associação Médica Homeopática Brasileira, o aumento da temperatura pode ser decorrente também de episódios corriqueiros, como excesso de roupas ou até exposição solar. "Como o sistema imunológico da criança é mais imaturo, ela tende a apresentar primeiro sintomas inespecíficos, como febre, perda de apetite, dores no corpo, mal-estar, para depois apresentar o quadro mais específico de localização da infecção", afirma Anna Julia Sapienza, pediatra do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo.

Primeiro Episódio
Se for a primeira febre do bebê, vale a pena telefonar para o pediatra para se tranquilizar e receber orientações, não apenas a respeito de remédios mas do que precisa ser supervisionado na criança: ânimo, apetite e sede, por exemplo. Enquanto não é detectada a causa da febre, é possível tentar diminuí-la com um antitérmico indicado pelo médico com base no peso da criança. Aumentar a ingestão de líquidos também é recomendado.

Como agir
Se a criança apresentara temperatura acima de 37,5°C, afrouxe as roupinhas e tire o excesso de casacos e mantas. Espere 30 minutos para medir a temperatura novamente. Se continuar mais alta que o normal, entre em contato com o pediatra, que vai orientar sobre o que deve ser feito, especialmente no caso de bebês de menos de 3 meses. Dependendo dos sintomas associados e do estado da criança, ele pode recomendar um antitérmico ou solicitar que ela seja levada para uma consulta de emergência.
No caso de criança com mais de 1 ano, Furuta orienta observar a evolução da febre e o comportamento dela nos primeiros dois dias. "As doenças infantis febris geralmente melhoram em alguns dias, mesmo sem tratamento. Deve-se procurar atendimento médico se o pequeno ficar abatido, na cama, sem querer brincar e, principalmente, se ele se queixar de dor de cabeça intensa, insuportável." A febre deve ser sinal de alerta quando, além da indisposição, a criança apresentar dificuldade para ingestão de líquidos, dor de cabeça, vômitos ou convulsão, manchas na pele, desconforto respiratório e extremidades frias. Se após 48 horas a febre persistir em intervalos menores que seis horas mesmo com a administração de antitérmicos, convém levá-la ao pediatra. "O melhor é que ela seja avaliada no consultório, e não no pronto-socorro, onde entrará em contato com outros pacientes, podendo contaminá-los ou ser contaminada por outra infecção", alerta Anna Julia.

Soluções caseiras
Segundo Anna Julia, o famoso banho frio deve ser substituído por um morno. "Banhos frios ou com álcool fazem com que a sensação de frio nos sensores de temperatura da pele mande uma mensagem ao cérebro para que eleve ainda mais a temperatura corporal." O banho pode até ajudar a trazer alívio, mas deve estar associado ao antitérmico. "No caso de persistência da febre após uma hora e meia do uso do antitérmico, pode ser utilizado outro de tipo diferente." Mas é sempre bom ligar pedindo ao pediatra que indique o melhor substituto.

Associação com doenças mais graves
Na maior parte dos casos, a febre é sintoma de infecção não muito grave, que, se tratada de forma correta e rápida, é curada em alguns dias. Mas existem algumas doenças que, se não forem detectadas a tempo, podem trazer riscos à vida da criança, como broncopneumonia e meningite bacteriana.
A febre pode vir associada ainda à alta de temperatura abrupta seguida de convulsão, com palidez, enrijecimento dos músculos e perda da consciência. "Nesse caso, retire objetos que estejam na boca da criança, como chupeta ou alimentos. Não a segure, mas tente mantê-la com a cabeça de lado para evitar que se engasgue com a saliva", orienta Desirée. "Tente marcar quanto tempo a convulsão durou, pois é uma informação importante para o médico."

Febre Persistente
Caso a febre persista por mais de 48 horas, o pediatra deve ser consultado. Se houver episódios recorrentes, como várias vezes por mês, o médico precisa investigar outras causas associadas ao sintoma, como doenças ligadas a reumatologia, oncologia, hematologia ou quadros infecciosos atípicos que, se não tratados, podem se generalizar. A partir daí, o diagnóstico dessa criança deve ser feito também por um especialista da área em que se encaixa o quadro clínico. Assim, é possível delimitar a causa da febre mais precisamente e prosseguir com o tratamento imediato.

Paula Montefusco/Revista CLAUDIA Filhos

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Seu filho é seletivo demais para comer?

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Getty Images

Enquanto ele só mamava, seu desafio se resumia a oferecer o peito e fazer o possível para garantir uma produção de leite adequada. Mas, desde que completou o primeiro semestre de vida e foi apresentado a uma infinidade de alimentos, a tarefa de mantê-lo bem nutrido se tornou um pouco mais complexa. Pudera! Rara é uma criança que nunca oferece resistência a um ou outro legume ou verdura. Mas o problema mesmo é quando o pequeno torce o nariz, de forma recorrente, a tudo o que faz bem à saúde.

O grupo dos picky eaters—crianças seletivas, em português—é significativo a ponto de despertar a preocupação da empresa Mead Johnson Nutrition Brasil, que encomendou um estudo inédito sobre o comportamento. A agência de pesquisa Millward Bronwn foi encarregada de coordenar o levantamento e entrevistou 900 mães de São Paulo e de Recife, em Pernambuco, com filhos entre 1 e 10 anos de idade, que se enquadrassem na descrição de comedor seletivo. “As informações coletadas denotam que um terço das crianças corresponde a esta classificação, sendo que rejeitar vegetais, comer pouco ou muito vagarosamente, raramente sentir fome, aceitar somente o alimento preferido e se distrair com frequência estão entre os impasses mais comuns”, enumera a diretora de marketing da Mead Johnson, Daniela Degani.

Isso impede que a criança consuma a variedade de nutrientes necessária para uma dieta balanceada. “Por essa razão, aconselho que os pais montem pratos coloridos e mais atraentes, já que os filhos decidem o que comer principalmente pela aparência e ingerem menos legumes, verduras e frutas do que deveriam”, complementa o nutrólogo Mário Cícero Falcão, do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Outros hábitos relatados pelas mães também merecem atenção: 86% dos pequenos preferem comer doces; 82% necessitam de insistência da mãe para terminar a refeição; e 63% tentam evitar o momento de se alimentar. Finalmente, 90% das crianças consomem itens como biscoito, iogurte, salgadinhos, frutas e sucos entre as refeições, o que, claro, prejudica o apetite na hora do prato principal.

Boas soluções
Por sorte, existem algumas atitudes que aumentam as chances de o seu filho se tornar mais, digamos, eclético. “Ofereça a maior variedade de alimentos possível, desde cedo. As refeições devem incluir todos os grupos de alimentos: frutas, legumes, verduras, proteínas, carboidratos...Mesmo que o pequenino rejeite algum item, insista, no mínimo, 10 vezes, antes de confirmar que aquilo não agrada seu paladar”, ensina a nutricionista Tatiane Hernandes, da Mead Johnson.

Ela também sugere estratégias comportamentais. “Procure evitar que seu filho se alimente em frente à televisão. Ele deve prestar atenção no que come, focar na textura, no sabor”. Diversificar no modo de preparo pode ser uma alternativa bem sucedida. “Se a criança não gosta de cenoura crua, por exemplo, tente oferecê-la cozida ou misturada a outros ingredientes, em uma receita saborosa”, recomenda Tatiane. A última dica da nutricionista é preparar a merenda escolar em casa, o que reduz a tentação de atacar as guloseimas da cantina.

E um alerta final: reações negativas, como chorar, cuspir ou vomitar diante de novos alimentos, podem evoluir, no futuro, para obesidade ou transtornos como bulimia e anorexia nervosa. Por isso, requerem aconselhamento de um especialista.


Adriana Toledo

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Parto normal com anestesia X parto normal sem anestesia

Aula 14 - Sinais do parto
Bebê

A vantagem de um parto com a anestesia é clara: a partir do momento em que recebe a medicação, a mulher não sente dor.  “No parto normal aplicamos doses baixas dos anestésicos, assim o desconforto é retirado, mas a mulher mantém a mobilidade das pernas. Por isso não chega a ser uma anestesia, mas sim uma analgesia”, explica o anestesista Oscar César Pires, diretor do Departamento Científico da Sociedade Brasileira de Anestesiologia.

Porém, também há desvantagens no uso da anestesia durante o nascimento do bebê. “Estudos mostram que o parto com a anestesia acaba sendo um pouco mais lento, o que faz com que haja necessidade de mais intervenções”, conta o obstetra Marcos Nakamura, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Estas interferências são: o uso da ocitocina sintética, que acelera o trabalho de parto e caso seja utilizada de uma forma inadequada há o risco de ocorrerem complicações, maior chance de o médico ter que romper a bolsa e o uso de fórceps ou vácuo extrator para a retirada do bebê.

O feto também sente os efeitos da anestesia. “Vamos supor que a anestesia é feita e o bebê só nasce depois de algumas horas, ele pode ter uma diminuição dos reflexos, nascer um pouco mais zen, devido aos anestésicos”, afirma a ginecologista e obstetra, Telma Mariotto Zakka, coordenadora do Comitê de Dor Urogenital da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor. Esta consequência da anestesia não causará problemas de saúde para o recém-nascido. Também há um risco raro para a respiração dos pequenos. “É frequente utilizarmos um derivado da morfina junto com a anestesia, pois desta forma diminuímos a quantidade de anestésico que a mulher irá tomar e a paciente continua sem dor. Trata-se de uma dose muito baixa deste derivado, que normalmente não causa problemas, porém em alguns poucos casos pode haver a diminuição da frequência da respiração do bebê”, relata o anestesista Oscar César Pires, diretor do Departamento Científico da Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Caso isso ocorra, basta o médico utilizar um agente para reverter o efeito, sem que haja maiores complicações para o bem-estar do pequeno.

A dor permite com que a mulher escolha a posição na qual se sente mais confortável para o parto. “A anestesia ainda bloqueia o empuxo, que é a vontade de fazer força”, diz Zakka. Desta forma, a mulher depende de seu obstetra para lhe dizer o momento certo para empurrar.

Além das questões médicas, a doula Fadynha (Maria de Lourdes da Silva Teixeira), presidente da Associação Nacional de Doulas e professora do Instituto Aurora, destaca outras vantagens de um parto sem anestesia. “A mulher terá uma memória fantástica sobre tudo o que sentiu, se sentirá plena, inteira, é algo fortalecedor, mesmo que tenha momentos de dor e desânimo”, afirma.

Vale lembrar, que há casos nos quais a mulher realmente necessita de um anestésico. “Cada pessoa sente a dor de um jeito e tem seus próprios sentimentos e temores. Qualquer tipo de parto é correto desde que ele seja recomendado pelo obstetra”, esclarece Zakka. 


Bruna Stuppiello

terça-feira, 9 de setembro de 2014

10 perguntas e respostas sobre fertilidade

Estou tentando engravidar. Quando devo procurar um médico?

“Um casal saudável, que mantém relações sexuais regulares, pelo menos de 2 vezes por semana, tem cerca de 25% de chance de engravidar a cada ciclo ovulatório”, estima o ginecologista Mario Cavagna, da Comissão de Reprodução Humana da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Na prática, isso significa que um ano é um prazo razoável para aguardar a boa nova sem suspeitar de um problema de fertilidade. Essa é a orientação da Organização Mundial de Saúde desde que, obviamente, não haja sintomas ou histórico de doenças que justifiquem antecipar a visita ao médico.

“Irregularidade menstrual, infecções pélvicas, dor durante o sexo, assim como episódios de caxumba ou varicocele no parceiro podem dificultar a concepção e, por isso, pedem uma avaliação imediata”, avisa o obstetra Cesar Eduardo Fernandes, presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia de São Paulo.

Aos 35 anos, a taxa de fertilidade feminina cai. Por isso, caso não engravidem em 6 meses, as mulheres já devem procurar um especialista e checar se está tudo em ordem para a chegada do bebê.

O estresse dificulta a gravidez?

“Evidências científicas mostram que o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, de drogas, a obesidade e o estresse podem comprometer a capacidade reprodutiva”, alerta Cavagna. Segundo o médico, os nervos à flor da pele impactam no sistema límbico, área do cérebro onde se processam as emoções. E ele se localiza bem próximo ao hipotálamo, região que comanda a liberação de hormônios envolvidos na ovulação, o FSH e o LH.

O recado é claro: em vez de se deixar consumir pela ansiedade, as mulheres que pretendem engravidar devem investir na prática de exercícios físicos e atividades de relaxamento, como ioga ou Pilates. Esbanjar quilos extras é outro entrave para as futuras mães.

“O tecido adiposo, aquele repleto de células de gordura, produz hormônio feminino, o estrogênio. Há indícios de que, em alguns casos, isso desequilibre a produção natural”, justifica Cavagna. 

Quem sempre tomou pílula anticoncepcional tem mais dificuldade para engravidar?

Se você sempre tomou pílula anticoncepcional, talvez precise de um pouquinho mais de paciência. “Algumas mulheres podem demorar de um a três meses para que a fertilidade se restabeleça”, avisa Cavagna. Porém, essa não é a regra. Em geral, a ovulação costuma ser recuperada logo que a medicação é interrompida.
 
Por que quem tem a intenção de engravidar deve tomar ácido fólico?

Essa vitamina, também conhecida como B9 e folato, é pré-requisito para quem pretende gerar um filho. Ela previne malformações e participa do desenvolvimento do sistema nervoso do feto, principalmente nas primeiras semanas de gestação.

Segundo a nutricionista Renata Cristina Gonçalves, de São Paulo, deve-se iniciar a suplementação do nutriente três meses antes da gravidez e mantê-la até a barriga completar o primeiro trimestre. Sob orientação médica, claro.

Por que a fertilidade feminina vai diminuindo com o passar dos anos?

Ao contrário dos homens, cuja produção de espermatozoides acontece o tempo todo, a mulher nasce com uma quantidade estabelecida de aproximadamente 1 milhão de óvulos e os perde com o passar dos anos.

Quando menstrua pela primeira vez, este número já está reduzido a cerca de 400 mil. A qualidade dessas “unidades reprodutivas” também sofre a ação do tempo. Tudo isso faz com que a probabilidade de engravidar a cada ciclo ovulatório entre em declínio à medida que a idade avança.

E se eu não conseguir engravidar em um ano?

Espera-se que, no prazo de 12 meses, 85% dos casais em idade fértil consigam encomendar o novo membro da família. Caso a empreitada não seja bem-sucedida, é provável que um dos parceiros ou ambos se enquadrem no grupo de 10 a 15% da população adulta com problemas de infertilidade. Não há, porém, motivo para entregar os pontos. Grande parte desses distúrbios é reversível e ainda existe a possibilidade de recorrer à reprodução assistida.

Quais são as primeiras providências?

Para viabilizar a gravidez, é essencial que não só a mulher mas também o homem encare um check-up médico. Dados internacionais mostram que 40% dos casos de infertilidade do casal se devem a alterações masculinas; 40%, femininas e, em 20% das situações, o distúrbio é compartilhado. Por isso, convença seu parceiro sobre a importância de se submeter à avaliação.

Como identificar e tratar a infertilidade masculina?

Dosagem hormonal, exame clínico e um espermograma estão entre os testes de praxe. O objetivo é verificar se o candidato a pai produz espermatozoides em concentração, motilidade e morfologia adequados para que a fecundação ocorra. Algumas das falhas na fabricação de gametas têm solução cirúrgica. Outras, infelizmente, não. Mas há casos em que a reprodução assistida consegue dar uma forcinha aos espermatozoides mais espertos entre os preguiçosos, como explicaremos adiante. 

Quais as principais causas de infertilidade feminina?

Entre as mulheres, uma série de disfunções hormonais e funcionais podem estar por trás da dificuldade de conceber um filho. “Entre as mais frequentes, estão a endometriose, crescimento anormal do tecido que reveste o útero, para fora dessa cavidade”, explica César Eduardo Fernandes. “A Síndrome dos Ovários Policísticos, distúrbio em que há aumento na produção de hormônios masculinos, também afeta a ovulação”. Ele acrescenta que problemas nas trompas e infecções pélvicas, como clamídia e gonorréia, podem promover uma obstrução que requer cirurgia para recuperar a capacidade fértil da mulher. 

Desequilíbrios hormonais provocados por hipotireoidismo, tumores de hipófise, entre outros, completam a lista de obstáculos que precisam ser tratados previamente. Se houver suspeita, o médico pode lançar mão de exames que ajudam a flagrar o verdadeiro culpado.

Será que devo recorrer à reprodução assistida?

A reprodução assistida é a maior esperança de aumentar a família, no caso de insucessos consecutivos na concepção natural, seja por impedimentos fisiológicos, seja devido à idade avançada. Mulheres mais jovens têm até 50% de chance de engravidar no primeiro tratamento. Aos 40 anos, a probabilidade cai para 20% e continua declinando a partir daí. Existem critérios bem definidos para a eleição de cada método. Fique por dentro e discuta com seu médico qual o mais apropriado para você: 

Inseminação artificial

Depois da coleta do sêmen pelo próprio homem, os espermatozoides são preparados em laboratório e, no período de ovulação, injetados dentro do útero. O objetivo dessa técnica é promover o encontro do gameta masculino com o óvulo, driblando eventuais barreiras no aparelho reprodutor da mulher e melhorando a agilidade dos espermatozoides.

"Embora esse tratamento seja menos invasivo e mais barato do que uma fertilização in vitro, ele não é tão eficaz e requer uma boa permeabilidade tubária da mulher, além de espermatozoides de qualidade e quantidade aprovadas em um teste prévio de laboratório", ressalva Mario Cavagna.

Indução de ovulação

Consiste na administração de hormônios femininos injetáveis ou orais, com o objetivo de estimular a liberação do óvulo. Por meio de ultrassonografia, é possível monitorar a resposta dos ovários aos estímulos. É indicado em situações de falhas na ovulação.

Fertilização in vitro (FIV)

A mulher que opta por essa técnica precisa enfrentar quatro etapas. Primeiro, recebe medicamentos para estimular a ovulação. Em seguida, o especialista aspira os óvulos, por meio de uma agulha introduzida no canal vaginal, com anestesia local e sedação. Paralelamente, os espermatozoides são colhidos. Depois de analisá-los e prepará-los, o cientista fertiliza o óvulo em laboratório. Se o procedimento for bem-sucedido, o embrião é transferido para o útero. O método é indicado em casos de problemas nas trompas, como sequelas de infecções ou endometriose, e para pacientes que foram submetidas à laqueadura. Como pré-requisitos, pelo menos um ovário deve responder à indução da ovulação e a cavidade uterina precisa estar íntegra.

Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI)

Trata-se de uma estratégia complementar, que visa ampliar as chances de sucesso da fertização in vitro. É recomendada quando o homem apresenta algum comprometimento grave da fertilidade, como baixa quantidade de espermatozoides ou ausência deles no esperma (nesse caso, o especialista tenta extrair as células diretamente do testículo). Em seguida, os gametas são selecionados e o mais potente é introduzido diretamente, por meio de uma finíssima agulha, no óvulo. Depois de formado o embrião, segue-se o processo padrão de FIV.


Bebê Abril